sexta-feira, 10 de abril de 2015

Grupo de ex-presidentes exige que Venezuela liberte "presos políticos"

Por Elida Moreno
CIDADE DO PANAMÁ (Reuters) - Um grupo de ex-presidentes exigiu nesta quinta-feira do governo da Venezuela a libertação de "presos políticos" e a realização de eleição legislativas "livres" no país sul-americano, assolado por uma crise econômica e política.
A declaração foi apresentada na véspera da abertura da Cúpula das Américas, que ocorre sexta-feira e sábado no Panamá, e foi assinada por 25 ex-presidentes, entre eles o costarriquenho Óscar Arias, vencedor do prêmio Nobel da Paz; o mexicano Felipe Calderón; o colombiano Andrés Pastrana e o espanhol José María Aznar.
"Estamos exigindo a imediata libertação dos opositores..., uma mudança nas políticas de Estado em relação aos Direitos Humanos e que os venezuelanos votem livremente", disse Pastrana, acrescentando que a iniciativa foi tomada devido à deterioração "alarmante" da democracia e do avanço da corrupção na Venezuela.
O documento faz referência à situação do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, e do líder de oposição Leopoldo López, que estão presos sob a acusação de organizarem um complô para derrubar o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, herdeiro político do falecido Hugo Chávez.
"Essa é uma grande oportunidade, porque este grupo de ex-presidentes, de diferentes ideologias, se uniu... por entender que os venezuelanos precisam de ajuda internacional", disse Mitzy Capriles, mulher de Ledezma, que esteve presente ao ato de divulgação da declaração, ao lado de Lilian Tintori, mulher de López.
Ledezma foi acusado nesta semana de conspiração pela promotoria e deve ir a julgamento enquanto ainda está na prisão, após ter sido detido em fevereiro. López está há mais de um ano detido na mesma penitenciária militar de Ramo Verde.
A cúpula, marcada pela incipiente reaproximação entre Estados Unidos e Cuba, também vai servir de cenário para a crescente tensão entre Washington e Caracas, após a Casa Branca ter classificado a Venezuela como uma ameaça à segurança nacional norte-americana, podendo assim aplicar sanções em decorrência da corrupção e da violação dos direitos humanos.

A chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, evitou falar sobre a declaração dos ex-presidentes na Cidade do Panamá. Em vez disso, ela concentrou seus esforços para dizer que Obama deve revogar a resolução se realmente não considera a Venezuela uma ameaça, como disse em uma entrevista à agência EFE.

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