Hoje em 4:10
Posted: 08 Feb 2017 04:14 AM PST
Depois da medida do Ministério Público de determinar ao comandante da Polícia Militar do Espírito Santo, Coronel Nylton Rodrigues (foto) de que em 4 horas retomasse os quartéis e colocasse o policiamento nas ruas, mesmo com o uso proporcional da força, a situação se agrava a cada instante.
Ontem à noite, um grupamento do Exército tentou retomar um dos quartéis e foi barrado por policiais militares, comandados por um capitão não identificado no áudio (abaixo), que afirmou que não iriam concordar com o cumprimento de ordem absurda. “Nossos familiares nunca brigaram por nós e estão fazendo isso porque não podemos. Não encostem as mãos em nossos familiares, porque se preciso for morreremos com eles”, disse o capitão aplaudido pelos demais policiais.
Hoje pela manhã, mais uma vez o atual comandante da Polícia Militar, coronel Nylton Rodrigues, fez um apelo para que os policiais voltem ao trabalho. A estratégia é de que os policiais não se apresentem nos batalhões, mas sim diretamente nos postos de trabalho. Ontem, segundo divulgado pela mídia local, alguns policiais forma presos administrativamente e no Quartel Geral da PM várias viaturas se apresentaram espontaneamente para serem presos.
Sem diálogo
O governo já afirmou que não haverá diálogo sem que antes o policiamento volte ao normal nas ruas da capital e interior. Militares das forças armadas e da força nacional patrulham alguns pontos e fazem a segurança nos terminais rodoviários, mas isso não tem sido o suficiente para trazer a tranquilidade e sensação de segurança à população.
O movimento é liderado por parentes dos militares que pedem, além dos reajustes salariais e melhores condições de trabalho, a saída imediata do secretário de segurança André Garcia. “Esse senhor é um alienado que não quis nem saber de conversa com a gente. Um pau mandado do governador que nem aqui está para tratar e resolver os problemas que ele mesmo causou”, disse uma das organizadoras do movimento.
Uma reunião chegou a acontecer com os organizadores do movimento que, segundo o comandante, concordaram em encerrar os atos, tudo devidamente registrado em ata, mas depois mudaram de ideia. "Tudo foi registrado em ata. Após essa reunião, grupos políticos realizaram outras reuniões com outras deliberações. Policiais que já estavam nas ruas voltaram para os quartéis", disse o comandante Nylton.
Com relação à volta dos policiais aos batalhões, indicando um aquartelamento, o coronel Nylton afirmou que, se de fato isso ficar comprovado, os militares vão respondera disciplinarmente e criminalmente.
Ex-secretário Nacional de Segurança Pública faz dura crítica a favor dos policiais
"Não vou entrar em detalhes ou ajuizamentos sobre o que está acontecendo no Espírito Santo. Só digo que entendo o seguinte: o estado plutocrático brasileiro trata os seus policiais como mero "braço armado" para conter os pobres e blindar os ricos. As nossas oligarquias de mauricinhos, patricinhas, playboys e dondocas, alçados à condição de homens públicos e mulheres públicas, gente das "boas famílias" brasileiras que se apossaram da política, vêem os policiais como os seus "empregadinhos" autorizados ao uso da força. A visão das elites sobre a polícia é totalmente oportunista e patrimonialista. Também as elites da trágica pseudo-esquerda brasileira, em relação a isso, não se portaram diferentemente, quando estiveram no poder.
Exigem tudo da polícia e quase nada dão em troca. Sub-pagam, sub-empregam, sub-equipam, sub-capacitam. No fundo, têm pelos policiais, que querem que os protejam, o mais absoluto desprezo. Direitos humanos não são também para policiais. Nem reivindicar e se organizar podem.Quando a coisa explode, e sempre explode, e muitas vezes explode muito mal e desordenadamente, ficam apavoradas, revoltadas, ultrajadas, mas não revisam os seus procedimentos em relação às polícias. Sufocam sempre na base da repressão, nada aprendem, nada evoluem.
E esperam que a coisa mude? Vai sempre piorar e se tornar mais perigosa...
Nada mais triste do que uma classe dominante que, além de muito perversa, é também muito burra..." (Ex Sec Nacional de Seg Pública. Professor Ricardo Brisolla Balestreli).
Da redação, com informações da Gazeta Online ES
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