Pyongyang desmente a existência de um arsenal químico e biológico, mas observadores internacionais afirmam que a Coreia do Norte pode ter até 5000 toneladas de substâncias tóxicas.
A Coreia do Norte não dispõe , oficialmente, de armas químicas e biológicas, mas oficiosamente, o regime de Pyongyang é o detentor do terceiro maior arsenal desse tipo de armamento do mundo, atrás dos Estados Unidos e da Rússia. Estima-se que o país tenha armazenado entre 2500 a cinco mil toneladas de substâncias químicas e agentes biológicos capazes de desencadear surtos e epidemias de varíola, cólera e até uma forma de peste, informa o Público.
O grau de alerta mundial com os riscos representados pelo arsenal desconhecido que estará à disposição de Kim Jong-un disparou esta sexta-feira, após a confirmação de que o envenenamento do seu meio-irmão se ficou a dever a uma substância altamente tóxica, que está proibida pela Convenção de Armas Químicas e que recai na classificação de arma de destruição maciça das Nações Unidas.
Desde que subiu ao poder, Kim Jong-un tem-se esforçado para mostrar ao mundo o seu poderio militar atómico, com a realização de testes nucleares e ensaios com mísseis balísticos de médio e longo alcance. Mas o líder supremo não faz a mesma propaganda a respeito das suas capacidades químicas e biológicas; aliás, o regime de Pyongyang desmente sucessivamente as informações que dão conta da existência de pelo menos 11 unidades de produção e armazenamento e 13 laboratórios de investigação activos.
A existência dessas unidades tem vindo a ser documentada pelo ministério da Defesa da Coreia do Sul desde a década de 80, em sucessivos relatórios cujo conteúdo tem sido também confirmado por inúmeras organizações internacionais como a Nuclear Threat Initiative. Segundo os dados recolhidos pelo país vizinho, o arsenal de Pyongyang inclui 16 tipos de agentes nervosos (como o VX ou o gás sarin), 13 tipos de armas biológicas (como antraz e peste bubónica) e ainda agentes sufocantes e outros químicos letais que actuam sobre o sangue (arsénicos ou cianetos), a pele e mucosas (gás mostarda).
“A Coreia do Norte tem capacidade de produção e distribuição efectiva de quantidades e variedades significativas de armas químicas através da península coreana. Poderá estar em condições de armar 150 mísseis balísticos com ogivas químicas. Terá, ainda, a habilidade de usar estas armas no resto do mundo, recorrendo a métodos pouco convencionais”, escreveu em 2013 o analista Joseph Bermudez Jr, no credível site 38North do US-Korea Institute.
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