Fusão anunciada dia 1° resultará em uma empresa com quase 1,6 milhões de universitários. Negócio só será fechado após aprovação do Cade.
A entidade estudantil que representa alunos e ex-alunos da Estácio de Sá cobra a manutenção da atual política de reajuste das mensalidades e da metodologias de ensino da universidade caso seja efetivada a fusão anunciada entre Kroton e Estácio , líder e vice-líder no mercado de ensino superior no país.
Segundo ele, a Kroton ouviu e aceitou a série de reivindicações feitas por alunos e ex-alunos em carta. O grupo teria sinalizado, segundo ele, em aceitar os pedidos feitos pela Fenede para o período de transição, preservando direitos dos atuais alunos.Victor Travancas, advogado constitucionalista e presidente da Federação Nacional de alunos e ex-alunos da Estácio Participações (Fenede), aponta que a associação de alunos deu parecer favorável à fusão e avalia um cenário positivo com a mudança.
O negócio divulgado nesta sexta-feira (1º) depende, entre outros pontos, da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Além da liderança no mercado interno, a fusão ainda vai consolidar a Kroton como a maior empresa educacional do mundo .
Modelos de gestão
Travancas afirma que os alunos da Estácio não devem se preocupar com futuras mudanças que a fusão pode causar, como por exemplo, no modelo de gestão, pois ambos os padrões são “extremamente” parecidos.
Travancas afirma que os alunos da Estácio não devem se preocupar com futuras mudanças que a fusão pode causar, como por exemplo, no modelo de gestão, pois ambos os padrões são “extremamente” parecidos.
Segundo o presidente da entidade, ambas trabalham com capital pulverizado e têm como “finalidade o lucro”. Já os sistemas de educação são próprios.
“Caso haja alguma alteração no sistema educacional, reivindicamos que esse sistema só possa ser novo com os novos alunos. A Kroton falou que irá manter o sistema da Estácio”, diz Travancas.
Mensalidades
Quanto à política de reajuste de mensalidade, o grupo Kroton concordou, segundo ele, que a manutenção do reajuste semestral das atuais mensalidades não seja superior ao maior índice usado pela Estácio nos últimos dois semestres anteriores à fusão.
Quanto à política de reajuste de mensalidade, o grupo Kroton concordou, segundo ele, que a manutenção do reajuste semestral das atuais mensalidades não seja superior ao maior índice usado pela Estácio nos últimos dois semestres anteriores à fusão.
De acordo com ele, o novo presidente da Estácio, Chaim Zaher, empossado no mês de junho, não aceitou conversar com a Federação, única entidade legalizada estabelecida na Estácio. “Ele está mais preocupado em vender a universidade do que em criar contato com os alunos. Ficamos muito chateados. Já a Kroton tem dialogado com os estudantes e eles estão tentando fazer uma proposta de acordo com o que os alunos querem”, afirma Victor.
Segundo ele, a Estácio não travou diálogo com os alunos, apenas com o mercado, e isso está gerando desconforto nos estudantes.
Em relatório de posicionamento dos alunos e ex-alunos, a associação entidade exige que o nome da Universidade Estácio de Sá seja mantido. Porém, Travancas afirma que muitos alunos estão sendo manipulados por grupos envolvidos na disputa para acreditar que o nome possa ser mudado e que a fusão seja insatisfatória aos alunos.
“Do ponto de vista legal, a mudança de nome é praticamente impossível. São apenas boatos. A Kroton é uma multimarca e todas as universidades que eles já compraram mantiveram o nome”, diz.
Marca e posicionamento
A Kroton tem operações de ensino presencial mais concentradas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país, e é a responsável pelas marcas Anhanguera, Fama, LFG, Pitágoras, Unic, Uniderp, Unime e Unopar. Já a Estácio possui campi em todos os Estados do Nordeste e em alguns da região Norte, e opera no mercado basicamente com a marca Universidade Estácio de Sá.
A Kroton tem operações de ensino presencial mais concentradas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país, e é a responsável pelas marcas Anhanguera, Fama, LFG, Pitágoras, Unic, Uniderp, Unime e Unopar. Já a Estácio possui campi em todos os Estados do Nordeste e em alguns da região Norte, e opera no mercado basicamente com a marca Universidade Estácio de Sá.
A Kroton, que já era a maior empresa de educação superior privada do país, encerrou março com 1,01 milhão de alunos, enquanto a Estácio, segunda maior do setor, tinha base total de 588 mil estudantes. A Unip tinha cerca de 350 mil alunos.
Travancas é enfático ao colocar que se qualquer reivindicação for descumprida, a entidade estará preparada para defender os alunos. “Nós temos como nos defender. Sabemos das dificuldades de estudar em uma faculdade particular”, afirma.
O presidente avalia que o “verdadeiro motivo” para a Kroton fechar o acordo com a Estácio é se estabelecer no Rio de Janeiro. “Eles não vêm para destruir e, sim, para investir. Claro que eles querem lucro. Mas eles podem gerar lucro com bons produtos.”
Segundo ele, o atual Centro Acadêmico da Estácio do Rio de Janeiro não tem um espaço de convivência e que o grupo Kroton se comprometeu a criá-lo. “Temos que parar de tratar empresário com pessimismo”, diz.
Travancas reconhece que a racionalização de recursos deve ser uma preocupação da sociedade como um todo. “A abertura do capital permitiu e fez crescer o investimento educacional e cabe a sociedade controlar isso”, afirma.
(*Sob supervisão de Ardilhes Moreira)
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