Circulação de trens apenas em horários de pico nos dias úteis prejudica as contas da empresa. Liberação de catracas por falta de funcionários também contribui para déficit
Nesta sexta-feira (22/7), a greve dos metroviários, a maior da história do empresa no Distrito Federal, completa 38 dias. Além de prejudicar os passageiros, a paralisação dos serviços tem puxado as contas do Metrô-DF para o vermelho. De acordo com a empresa, o prejuízo já ultrapassa os R$ 5 milhões, uma vez que os trens circulam apenas em horário de pico desde o início da greve.
Entre 14 e 30 de junho, a companhia deixou de arrecadar R$ 3,5 milhões. Entre os dias 1º e 10 de julho, segundo a empresa, o prejuízo superou R$ 2 milhões.
“O metrô transporta, em dias úteis, até 160 mil usuários. Nos fins de semana, a média é de cerca de 66 mil passageiros. Com a greve, o metrô está fechado aos domingos, o que fez com que a média caísse para 27 mil usuários aos fins de semana”, contabilizou, em nota, a companhia. Além do déficit nos fins de semana, de segunda a sexta-feira a circulação dos trens está restrita aos horários de pico.
E as baixas no orçamento do Metrô-DF não são de hoje. Em junho, o Metrópoles noticiou que a empresa liberou as catracas 434.477 vezes nos quatro primeiros meses deste ano por falta de funcionários. A média chegou a 3.590 registros por dia, com perda de receita de R$ 1.737.908.
Segundo o Metrô, seriam necessários mais 300 funcionários no quadro para suprir totalmente a demanda. Ainda de acordo com a empresa, a última nomeação de servidores selecionados em concurso ocorreu em 2014, quando 30 aprovados no certame do ano anterior passaram a integrar a equipe. O Sindicato dos Metroviários do DF (SindMetrô) estima que o déficit seja de até 800 servidores. A recomposição dos quadros funcionais foi um dos motivos doprotesto feito na Estação Central na noite desta sexta-feira (22).
No início do ano, o Metrô-DF pediu ao Governo do Distrito Federal a convocação de mais 320 servidores. No entanto, informou que “não foi possível chamar os aprovados porque o governo encontra-se impedido de fazer contratações em razão do limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal“.
PassagemQuestionada sobre a influência do déficit de caixa da empresa no preço da passagem, a empresa informou que os reajustes são regulamentados por meio de decreto editado pelo GDF. E completou que não há, no momento, “nenhum estudo de compensação ou previsão de reajustes de tarifas diante da perda de receitas em consequência da greve”.
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