Em 1890, D. Pedro II diz: "Nas trevas que caíram sobre
o Brasil, a única luz que alumia, no fundo da nave, é o talento de Ruy
Barbosa." Ainda neste ano, lança os decretos de reforma bancária, no qual
foi criticado por Ramiro Barcelos, que, anos depois, se penitenciou: "A
desgraça da República foi nós, os históricos, não termos compreendido logo a
grandeza de Ruy". Elabora-se o projeto de constituição em sua casa.
Em 14 de dezembro do mesmo ano, Ruy Barbosa, então ministro
da Fazenda, mandou queimar os livros de matrícula de escravos existentes nos
cartórios das comarcas e registros de posse e movimentação patrimonial
envolvendo todos os escravos, o que foi feito ao longo de sua gestão e de seu
sucessor. A razão alegada para o gesto teria sido apagar "a mancha"
da escravidão do passado nacional. Todavia, especialistas afirmam que Ruy
Barbosa quis, com a medida, inviabilizar o cálculo de eventuais indenizações
que vinham sendo pleiteadas pelos antigos proprietários de escravos. Apenas
onze dias depois da Abolição da Escravatura, um projeto de lei foi encaminhado
à Câmara, propondo ressarcir senhores dos prejuízos gerados com a medida.
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