O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou nesta sexta-feira durante evento em Belo Horizonte que não polemiza com pessoas que está investigando.
Nesta quinta-feira, em discurso na tribuna do Senado, o senador Fernando Collor (PTB-AL) usou um palavrão para xingar Janot. Collor é um dos políticos denunciados pelo procurador e investigados no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de envolvimento com o esquema de corrupção na Petrobras revelado pela Operação Lava Jato.
"Olha, eu não vou polemizar com pessoas que eu estou investigando. [...] Eu não polemizo nem sobre esse fato nem sobre outros fatos que ele atacou contra minha honra e contra a honra da minha mãe também", declarou o procurador-geral, em resposta a um aluno, durante a aula magna que foi convidado a proferir na Faculdade de Direito Dom Helder Câmara.
Na últma quarta-feira (5), Janot foi indicado por procuradores da República para mais um mandato de dois anos à frente da Procuradoria Geral da República.
Ele foi o primeiro colocado na eleição que definiu a lista tríplice da Associação Nacional dos Procuradores da República.
A lista foi entregue à presidente Dilma Rousseff, que escolherá um dos três nomes para novo mandato na Procuradoria Geral da República – o mais provável é que Janot seja reconduzido.
Em uma conversa informal com os alunos, Janot respondeu a questões sobre corrupção e afirmou que se baseia em questões técnicas nas investigações Operação Lava Jato.
Ele foi questionado pelo reitor da Dom Helder, Paulo Umberto Stumpf, se há risco de golpe no país, levando em consideração as "acusações da Lava Jato", e se considera que as instituições brasileiras estão "maduras" para enfrentar este tipo de movimento.
"A primeira coisa é deixar bem claro: a atividade do Ministério Público, ela não tem nada a ver com a atividade política. O que a gente faz é uma investigação técnica, e nós somos retos no atuar enquanto Ministério Público. Tudo aquilo que não é questão de Ministério Público e de investigação, a gente não trata. Então não tem nenhuma atuação política. A gente não faz atuação escolhendo investigado. Mesmo porque só podemos investigar o que é fato", respondeu.
"Eu acho que é visível que as instituições brasileiras estão maduras. Eu acho que é visível que as instituições brasileiras agem de forma profissional. Tem um exemplo, é que nós cumprimos, e aí não vai crítica a ninguém, mas não por acaso, o STF deferiu 56 mandados de busca e apreensão de pessoas com prerrogativa de foro. Isso não faz uma decisão política, isso não foi uma decisão partidária. Isso foi uma decisão técnica", completou.
Ele foi questionado pelo reitor da Dom Helder, Paulo Umberto Stumpf, se há risco de golpe no país, levando em consideração as "acusações da Lava Jato", e se considera que as instituições brasileiras estão "maduras" para enfrentar este tipo de movimento.
"A primeira coisa é deixar bem claro: a atividade do Ministério Público, ela não tem nada a ver com a atividade política. O que a gente faz é uma investigação técnica, e nós somos retos no atuar enquanto Ministério Público. Tudo aquilo que não é questão de Ministério Público e de investigação, a gente não trata. Então não tem nenhuma atuação política. A gente não faz atuação escolhendo investigado. Mesmo porque só podemos investigar o que é fato", respondeu.
"Eu acho que é visível que as instituições brasileiras estão maduras. Eu acho que é visível que as instituições brasileiras agem de forma profissional. Tem um exemplo, é que nós cumprimos, e aí não vai crítica a ninguém, mas não por acaso, o STF deferiu 56 mandados de busca e apreensão de pessoas com prerrogativa de foro. Isso não faz uma decisão política, isso não foi uma decisão partidária. Isso foi uma decisão técnica", completou.
No evento, Janot também criticou a falta de vagas no sistema penitenciário e o projeto de lei que pede a redução da maioridade penal. Para ele, reduzir a idade de 18 para 16 anos é um "contrasenso".
Sobre a crise política e econômica e os frequentes escândalos de corrupção, o procurador disse ainda ter esperança de que o país melhore.
"A gente não pode, por uma circunstância de momento, achar que a gente chegou ao final do mundo. É nessas horas de desafio que o país tem que se reafirmar. Nós somos muito mais fortes do que essas crises. E a prova está nas outras graves crises que a gente superou”, avaliou Janot ao final da palestra.
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