A nova desvalorização da moeda chinesa teve um efeito imediato nas Bolsas internacionais. O Banco Popular da China reduziu nesta quarta-feira em mais 1,62% a taxa de câmbio de referência do yuan em relação ao dólar, depois de já ter desvalorizado na terça-feira em 1,9%, o que fez com que se prolongassem as quedas de ontem. O índice alemão DAX, que reúne as 30 maiores empresas do país, estava entre os principais afetados entre as grandes Bolsas do continente, com uma queda de 2% ao meio-dia, horário local. Na França, o índice CAC 40 perdia mais de 2,3%. O britânico FTSE 100 registrava um melhor desempenho limitando as quedas a cerca de 1,18%. O Ibex 35, da Espanha, abriu com um declínio próximo aos 2%, mas por volta das 13h (8h, horário de Brasília) tinha diminuído parcialmente as perdas, que eram de 1,55%.
Antes do anúncio da nova desvalorização da moeda chinesa, com a qual o Governo quer dar nova energia ao setor exportador, o grande motor do crescimento nas últimas décadas, as Bolsas já refletiam a inquietude com a intervenção do yuan. A primeira desvalorização da moeda, anunciada na terça-feira, fez pouco para estimular as Bolsas chinesas, com seus dois principais índices no vermelho e com quedas de mais de 1%. Nos EUA, o índice tecnológico Nasdaq perdeu 1,27%, uma queda semelhante à do Dow Jones, com retração de 1,21%. Na Ásia, o Nikkei japonês fechou em 1,58% negativo.Já faz algumas semanas que a China está agitando os mercados internacionais. Primeiro foram as vertiginosas quedas em suas Bolsas e, nesta semana, foi sua moeda, o yuan. As dúvidas sobre os efeitos que a desaceleração da economia asiática pode exercer sobre os mercados piorou no início de julho, quando uma sucessão de quedas nos principais índices de ações do país levou o Governo chinês a intervir, injetando liquidez e comprando títulos de grandes empresas estatais. Agora, decidiu reformar o seu sistema de cálculo da taxa de câmbio em relação ao dólar, porque acredita que “não é inteiramente coerente com as expectativas do mercado”. O problema é que sua força está baseada demais nas vendas ao exterior, que caíram 8,3% até julho em comparação com o mesmo período do ano passado. A esperança é voltar a impulsioná-las com uma moeda mais barata.
O euro reagiu com alta de 1% e já ultrapassa os 1,11 dólares, porque entre as possíveis consequências da intervenção inesperada da moeda chinesa está o atraso no aumento das taxas nos Estados Unidos por parte do FED, que os analistas esperam para setembro, mas que poderia ser adiada para evitar que um fortalecimento excessivo do dólar atrapalhe o setor exportador dos EUA.
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