A espera pelo Apple Watch encaminha-se para os minutos finais. Cercado de curiosidade, o relógio inteligente para o iPhones chega em alguns países no próximo dia 24, com a promessa de alavancar uma categoria que ainda desperta pouco interesse dos consumidores. O TechTudo teve acesso ao aguardado gadget em Toronto, Canadá, e traz as primeiras impressões com o Apple Watch. Confira:
Design
Construído por uma peça única de alumínio, o Watch tem um estilo “premium” comum aos produtos daApple. O vidro escuro na parte frontal é saltado em relação à caixa e curvado nas laterais, lembrando bem o iPhone 6. Na lateral, há ainda um botão “Home” giratório e outro logo abaixo que dá acesso aos contatos.
Na lateral do Apple Watch há um botão 'Home' giratório (Foto: Elson de Souza/TechTudo)
A Apple também se preocupou em oferecer pulseiras para todos os gostos e ocasiões. Os modelos vão desde emborrachados para a prática esportiva até opções metálicas para ocasiões mais formais. Cada uma delas pode ser trocada facilmente e apresenta um tipo diferente de fecho, que no geral é bastante fácil de operar.Atualmente, é possível encontrar o relógio em dois tamanhos: 38 milímetros e 42 mm. A primeira tende a cair bem em pulsos pequenos ou para quem deseja um acessório mais discreto. O de 42 mm não chega a ser muito maior, mas a diferença é sim perceptível e ótima para quem quiser ostentar o smartwatch por aí.
Apple Watch tem pulseira esportiva com fecho diferente, entre outras opções (Foto: Elson de Souza/TechTudo)
Há dois pontos, porém, que mereciam mais atenção da empresa. O primeiro é a espessura de 10 milímetros. Embora seja um tamanho aceitável perto dos concorrentes, um Apple Watch mais fino certamente cairia bem e seria mais elegante. Além disso, a protuberância da caixa deve facilitar esbarrões e batidas acidentais, o que castigará o corpo do aparelho e sua tela.
Apple Watch tem espessura de 10 milímetros (Foto: Elson de Souza/TechTudo)
Já a adoção exclusiva do formato retangular deixa quem prefere relógios redondos sem escolha. A tela inicial do smartwatch, inclusive, cairia muito bem em um aparelho circular como o Moto 360, já que usa e abusa de ícones arredondados.
O Apple Watch vale o preço? Compare com outros smartwatches do mercado
Sistema operacional e usabilidade
Sistema operacional e usabilidade
O Apple Watch traz um sistema operacional próprio, batizado de WatchOS. Há duas áreas chave na plataforma: a tela inicial, de onde são lançados os aplicativos, e o hub de contatos, que permite a interação social do aparelho.
Tela inicial do Apple Watch tem ícones arredondados (Foto: Elson de Souza/TechTudo)
A tela inicial apresenta uma proposta estranha e corajosa da Apple. Ela é composta por ícones minúsculos espalhados, lembrando bastante uma colmeia de abelhas ou bolhas. Para abrir um app, é possível tocar ou dar um zoom no mesmo através do botão giratório. Embora original, a ideia não funcionou.
A janela de contatos, por outro lado, se destaca. Ela traz as fotos dos seus amigos centralizadas e alternância se dá através do botão giratório, que funciona muito bem aqui. Com um toque no rosto do contato, é possível acessar suas informações, fazer chamadas telefônicas, enviar mensagens ou interagir com ele.A grande crítica a ser feita à interface do Watch é: “Dá para usar isso andando na rua?”. Dificilmente. Os ícones são pequenos e misturados demais para que você realize um comando em movimento e com poucos toques. Além disso, a abertura por zoom exige que o usuário centralize o app na tela antes de realizar o movimento. Uma perda de tempo desnecessária.
Janela de contatos do Apple Watch traz as fotos dos seus amigos (Foto: Elson de Souza/TechTudo)
O sistema de interação, aliás, foi o que mais empolgou durante o nosso teste. É possível selecionar um amigo com o Apple Watch e dar um toque na tela para fazer com o relógio dele vibre. Há ainda a possibilidade de desenhar e enviar. Uma forma singela e simpática de dizer “Oi, estou aqui”.
O WatchOS oferece ainda um conjunto de respostas de texto automáticas para mensagens, envio de áudio, assistente pessoal Siri e possui uma central de configurações própria, que é sincronizada com o telefone. Aliás, quase tudo é, já que sem o seu iPhone 5 ou superior, o smartwatch perde grande parte das suas funções.
Aplicativos
O relógio vem com um conjunto interessante de apps para quem deseja transferir parte das tarefas do telefone. É possível acessar seus cartões no Passbook, fazer navegação GPS, ler e-mails e eventos no calendário, além de acompanhar seu desempenho físico em rastreadores de atividades e sensores embutidos no Watch. Tudo bem adaptado à tela minuscula do dispositivo e às suas limitações.
Apple Watch mostra relógio de Mickey na tela (Foto: Elson de Souza/TechTudo)
Um smartwatch, obviamente, não poderia deixar de contar com um app especial de relógio. O Watch traz um conjunto de máscaras que abrangem de modelos analógicos aos digitais, passando por um simpáticoponteiro animado do Mickey. Fora isso, há contagem regressiva, cronômetro e outras funções ligadas a este tipo de aparelho.
Quem desejar ampliar as capacidades do relógio da Apple poderá contar ainda com uma App Store exclusiva para o aparelho. Já são mais de mil aplicativos disponíveis para o gadget.
Preço
O Watch traz um preço padrão Apple. No exterior, ele poderá ser encontrado por valores iniciais de US$ 349 (cerca de R$ 1,1 mil) e que pode chegar a US$ 17 mil (R$ 52,3 mil reais), caso você compre a versão de ouro. Não há preço divulgado no Brasil, mas este provavelmente não será nada convidativo.
Tela de notificações do Apple Watch (Foto: Elson de Souza/TechTudo)
Conclusão
Apontado como um possível salvador para o mercado de smartwatches, o Apple Watch deixou muito a desejar durante nosso breve teste. Em primeiro lugar, ele tem dificuldades para exercer as tarefas que se propõe: é complexo demais para ser um relógio e suas funções inteligentes são limitadas pelas características do produto.
O WatchOS passou longe de empolgar em sua estreia. A operação da plataforma mostrou-se difícil até mesmo para a funcionária da Apple que nos atendeu durante a demonstração do produto. Ou seja, o usuário demorará a aprender mexer no Watch. Nesse ponto, o Android Wear parece estar passos largos à frente do concorrente.
Apple Watch traz sensores de batimentos cardíacos (Foto: Elson de Souza/TechTudo)
Há quesitos importantes que demandam testes mais aprofundados com o aparelho, como a bateria, que já vem desapontando desde o anúncio oficial do produto. O ambiente limitado imposto pela Apple nessa fase inicial de testes impediu ainda o uso de funções interessantes como os sensores de batimentos cardíacos e a comunicação com o smartphone.
Por fim, a impressão geral é que o Apple Watch trata-se de um brinquedinho de última geração para quem quer experimentar mais um produto conectado. Falta alguma característica única que convença melhor o usuário a gastar umas centenas de dólares do que não ter que ficar tirando o iPhone do bolso.
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