terça-feira, 21 de abril de 2015

Lutador de jiu-jitsu não sabe que matou hóspede em hotel

Advogados e familiares do lutador de jiu-jitsu Rafael Martinelli Queiroz, de 27 anos, acreditam que o rapaz estava sob efeito de medicamentos de uso controlado quando surtou em um hotel de Campo Grande, matando o engenheiro eletricista Paulo César de Oliveira, 49 anos. Depois de discutir com a namorada, Carla Dias, Queiroz teria quebrado móveis e instalações do estabelecimento, arrombado a porta do quarto de Oliveira e espancado o engenheiro até a morte.
Queiroz está detido em uma cela da Garras, delegacia especializada em sequestros e crime organizado de Campo Grande, mas, segundo seus advogados, Fábia Velinda Fávaro e Darguin Vilhalba Júnior, ele não sabe o que ocorreu e nem porque está detido. Para eles, o rapaz está em transe, possivelmente causado por medicamentos de uso controlado que tomava para depressão, para emagrecer e para obter energia para as lutas.
“Ele está totalmente transtornado. Não tem nenhuma noção do que aconteceu. Está preocupado com fatos acessórios, como o celular que desapareceu e com a conta do hotel, mas não tem noção do crime que cometeu”, comentou Fábia. “Ao que parece, ele teve um surto psicótico”, completou o Vilhalba Júnior. Os advogados estiveram quatro vezes com Rafael e em todas as ocasiões, o lutador teria demonstrado desconhecimento dos fatos. “Como estamos preocupados com a saúde dele, não tocamos no assunto do homicídio, apenas tentamos deixá-lo calmo, dizendo que a família vem visitá-lo, etc...”, afirmou Vilhalba Júnior.
Segundo os advogados, um psiquiatra deverá atender Queiroz na manhã desta quarta-feira. A intenção dos advogados é saber qual o estado de sanidade do rapaz, para que possam armar a estratégia de defesa do lutador. Os advogados devem pedir à realização de exames toxicológicos para saber se o lutador estava mesmo sob efeitos de medicamentos quando praticou o homicídio e danificou as instalações e móveis do hotel Vila Verde.
irmã do lutador, Glauce Martinelli Queiroz Bonatto, disse que o rapaz tomava medicamentos para depressão, para emagrecer e suplementos energéticos e outros que a família desconhecia. “Para mim, não era Rafael que estava lá, era outra pessoa, ele estava tendo surto”, disse. Os familiares ficaram surpresos com os fatos porque Rafael é considerado uma pessoa calma. No entanto, segundo ela, o rapaz estava apresentado há dias comportamento estranho e dizendo frases desconexas.
Segundo Vilhalba Júnior, duas prescrições de medicamentos foram entregues pela família. “São dois antidepressivos, que ele tomava havia dois anos e um remédio para emagrecer”, afirmou. No entanto, segundo ele, outros remédios, como suplementos foram encontrados pela família entre os pertences do rapaz. “Mas o importante para nós, nesse primeiro momento, é cuidar da saúde dele, pois ele está sem tomar os medicamentos e não sabemos se isso pode acarretar em algo grave; depois, sim, vamos cuidar da liberdade dele”, afirmou o advogado.
O engenheiro eletricista Paulo César de Oliveira foi enterrado na tarde desta segunda-feira, em Batatais, no interior de São Paulo. Segundo amigos, ele estava em Campo Grande a trabalho, quando foi surpreendido em seu quarto no hotel por Queiroz.

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