Por favor, nada de correr para comentar que Imagine Dragons não é rock ou que não há nada de roqueiro em uma plateia cheia de crianças. Quer que o rock continue formando público? É o que temos para hoje.
Além dos batuques, que ajudaram a banda a ser ovacionada no Lollapalooza 2014, a força do som da banda também está no guitarrista cabeludo Daniel Wayne Sermon.O show do grupo americano no Anhembi, em São Paulo, teve tudo o que um show de rock decente deve ter. Peso, riffs, solos, pose e estrutura de palco digna do bom rock de arena que 21 mil pessoas ouviram nesta noite de sábado (18).
Logo nas três primeiras, ele começa na guitarra ("Shout"), passa para o violão ("Trouble") e pula para o bandolim ("It's time"). Já na metade final, ele volta a ter destaque, no solo de "Hopeless opus".
O vocalista Dan Reynolds compensa certa pose de canastrão com boa voz. Pega bandeira do Brasil e fica dando uma de modelo para os fotógrafos já na segunda música. Antes de "Dream", diz para a plateia: "Somos uma família, certo?"
Todos respondem que sim. A família Imagine Dragons faz até Dan chorar, com as mãos na cabeça. Foi quando eles gritaram "we love you".
O melhor fica para o final, cheio de extremos. Na versão ao vivo, "On top of the world" parece ter saído de um filme da Disney. Foi a mais festejada pela criançada.
Definitivamente a mais pesada da noite, "Friction" fez lembrar nu metal. Fez também muito molequinho de 10 a 15 anos balançar a cabeça.
"Estamos chegando ao fim... Estaremos aqui sempre, todos os anos, como estamos em casa... Amo a comida, as mulheres. Vocês são os mais humildes e bonitos do mundo", elogiou Reynolds.
Veio, então, "I bet my life", seguida por "Radioactive", um single novo e outro do começo da banda. E a certeza de que o novo rock está bem representado.
Ao menos, ver um garotinho dando murros no ar e berrando que está "no topo do mundo" deixa essa impressão.
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