A investigação baseia-se na análise dos casos de mais de 320 mil crianças nascidas no estado da Califórnia do Sul (EUA) entre 1995 e 2009. Destas, cerca de 8% das crianças eram filhas de mães que tiveram diabetes gestacional, e 2 % eram filhas de mães com diabetes tipo 2.
Do total de crianças que participaram da investigação e que foram acompanhadas durante 5 anos e meio, cerca de 3400 foram diagnosticadas com uma Perturbação do Espectro do Autismo (PEA), que inclui condições como o síndrome de Asperger, que causa problemas de comunicação, sociais e comportamentais.
Segundo os investigadores, sofrer de diabetes gestacional até à 26ª semana de gestação aumenta em 42% o risco da criança vir a sofrer de autismo, em comparação com o risco em relação a crianças cujas mães não têm diabetes gestacional.
Mesmo considerando outros fatores que podem influenciar as probabilidades de uma criança desenvolver autismo (tais como a idade da mãe, as gestações anteriores, ou o sexo da criança, pois autismo é cinco vezes mais comum em meninos do que em meninas) a relação com a diabetes gestacional ainda se manteve.
Segundo Anny Xiang, co-autora do estudo, a razão exata para esta relação ainda não é clara, porque esta é especialmente significativa se a diabetes gestacional acontecer até às 26 semanas. Os filhos de mulheres que desenvolvem diabetes mais tarde na gravidez não apresentam um risco tão elevado. Assim como os filhos de mulheres que já sabiam ser diabéticas de tipo 2 antes da gravidez.
Os primeiros meses de gravidez são um período crítico para o desenvolvimento do cérebro. E se um feto em desenvolvimento está exposto a níveis elevados de açúcar no sangue durante este importante período de desenvolvimento do cérebro, isso pode ter alguma relação com as mudanças comportamentais observadas no autismo após o nascimento, explicou Xiang ao Live Science.
Regra geral, o exame para diagnosticar a diabetes gestacional é feito entre as 24 e as 28 semanas (no caso de mulheres que não têm fatores de risco para diabetes) e por isso a condição pode passar despercebida durante o início da gravidez.
No entanto, a investigadora reforça que em termos globais o autismo é uma condição rara. E, apesar da relação encontrada, a hipótese de desenvolver autismo (mesmo no caso exposição à diabetes gestacional até às 26 semanas), continua a ser reduzida: sete crianças em cada mil grávidas que tiveram diabetes gestacional até às 26 semanas.
Ler mais: http://visao.sapo.pt/diabetes-gestacional-pode-aumentar-risco-de-autismo=f816778#ixzz3XkpQuDV9
Nenhum comentário:
Postar um comentário