A intenção é disseminar conteúdo com forte tom emocional gravado ainda no quarto do hospital, onde presidenciável se recupera de atentado
IGO ESTRELA/METRÓPOLES
24/09/2018 10:33 . atualizado em 24/09/2018 11:37
O candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, está dando os retoques finais no chamado “Manifesto à Nação”, no qual pretende fazer um compromisso em defesa da democracia, responder às críticas de racismo e misoginia, e reiterar ao mercado que trabalhará pelo ajuste fiscal. O formato ainda está em fase de definição – se será um texto ou um vídeo – e a ideia é divulgar a mensagem nas redes sociais.
A intenção é disseminar conteúdo com forte tom emocional gravado ainda no quarto do hospital, onde o candidato se recupera de atentado sofrido no dia 6 de setembro, em Juiz de Fora (MG), durante agenda de campanha. A equipe de apoiadores gostaria de divulgar o manifesto “o quanto antes”, mas Bolsonaro ainda quer discuti-lo um pouco mais.
O documento está sendo elaborado a várias mãos e um dos temas centrais, de acordo com um dos auxiliares na discussão, é rebater acusações de que o capitão da reserva não tem compromisso com a democracia e que a sua chegada ao Palácio do Planalto represente um resquício de ditadura.
No domingo (23/9), um grupo de intelectuais, juristas, artistas, esportistas, ativistas e empresários subscreveu um manifesto contra o candidato do PSL, intitulado “Pela democracia, pelo Brasil”. Para seguidores de Bolsonaro, há vários pontos a serem respondidos. O candidato pretende mostrar a união do país e responder que a acusação de racista não se sustenta porque ele vem do Exército. Segundo ele, a instituição é um extrato de toda a população brasileira.
Embora inicialmente a ideia tenha sido inspirada na Carta aos Brasileiros, feita pelo então candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, com o objetivo de acalmar o mercado, a campanha rechaça a comparação. Bolsonaro pretenderia somente responder aos ataques que vem recebendo.
O momento da divulgação, porém, ainda não foi definido porque o postulante ao Planalto teme eventuais efeitos negativos do manifesto a menos de 15 dias do primeiro turno. Apesar de não citar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), aliados de Bolsonaro usam como exemplo as críticas recebidas pelo tucano ao divulgar no fim da semana passada uma carta em que defendeu a necessidade de deter a “marcha da insensatez”.
Até o momento, o candidato do PSL dirá que está em franca recuperação no hospital e vai agradecer ao povo brasileiro pelas orações. Ele também deverá tratar de economia, destacando a importância do ajuste fiscal e rechaçando a tese de ser estatizante. Ele pretende ainda reforçar a não existência de divergência com seu guru econômico, Paulo Guedes, mesmo após as polêmicas da semana passada envolvendo a proposta de criação de tributos aos moldes da CPMF.
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Romulo Sanches de Oliveira
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