De terno, gravata e com a elegância que sempre
lhe foi peculiar nos últimos 22 anos à frente do Comitê Olímpico
Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman deixou sua casa na
quinta-feira acompanhado por agentes da Polícia Federal e levado para a
sede do órgão no Rio de Janeiro, onde ficará preso pelos próximos cinco
dias.
O homem que comanda o esporte brasileiro há mais
de duas décadas sempre teve orgulho de dizer que, por isso, “não
recebia um centavo”. No entanto, no pedido de prisão, o Ministério
Público diz que, nos últimos 10 anos, Nuzman teve um “crescimento
patrimonial de 457%”. A investigação revelou, inclusive, que ele
mantinha 16 quilos de barras de ouro depositadas na Suíça.
Os 16 quilos seriam suficientes para a produção
de 2.388 medalhas de ouro como as distribuídas nos Jogos do Rio – cada
uma tinha, segundo o COB, cerca de 6,7 gramas de ouro.
“As declarações de imposto de renda de Carlos
Nuzman não registram remuneração recebida do Comitê Olímpico Brasileiro
ou do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos 2016. Por outro lado,
Nuzman justifica a origem de seu patrimônio a partir do recebimento de
valores de pessoas físicas e do exterior. Contudo não há explicações
sobre quem efetivamente lhe remunerou”, afirma o MPF.
A prisão temporária de Nuzman foi decretada como
parte da Operação “Unfair Play”, que investiga a suposta compra de
votos de dirigentes do Comitê Olímpico Internacional (COI) na eleição
que escolheu o Rio de Janeiro para se tornar sede da Olimpíada de 2016.
A defesa do presidente do COB ainda não se manifestou oficialmente sobre a prisão.
REINADO
Carlos Arthur Nuzman começou sua carreira no
esporte dentro de quadra. Jogou vôlei até os 31 anos, quando decidiu
entrar para o mundo dos dirigentes e se candidatou para o comando da
Federação de Vôlei do Rio de Janeiro. Daí para a Presidência da
Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) foram mais dois anos e foi nela, a
partir de 1975, que começou a construir seu “reinado” no esporte.
Sob seu comando, o vôlei foi transformado em uma
modalidade atrativa e rentável e sua gestão passou a ser vista como
“modelo” no país. E foi ali que seu estilo veio à tona – uma mescla de
autoritarismo com articulação política, segundo pessoas ligadas ao
esporte ouvidas pela reportagem.
O dia que o amado Povo judeu do Brasil deve sentir vergonha!
Nenhum comentário:
Postar um comentário