Ele será interrogado nesta terça-feira (14), na ação penal em que é acusado pelo Ministério Público Federal de atuar "na compra do silêncio" do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró
POLÍTICA DISCURSOHÁ 2 HORASPOR FOLHAPRESS
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda (13) que está disposto a viajar pelo país para "alertar o povo brasileiro sobre o que está em jogo" com as reformas propostas pelo governo de Michel Temer.
Segundo o petista, é preciso impedir que haja "retrocesso" em relação aos direitos e conquistas dos trabalhadores nos últimos anos.
"Estou disposto a voltar a ter 35 anos, estou disposto a voltar a andar por esse país, alertando o povo brasileiro sobre o que está em jogo", afirmou Lula durante a abertura do 12º Congresso Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares, em Brasília.Desta vez, Lula relativizou a possibilidade de ser candidato à Presidência da República em 2018, ponderando que "a natureza é implacável", mas disse que tem disposição para "preparar nosso povo".
"Quem já fez história não tem como fazer ela retroceder", declarou o ex-presidente.O petista fez críticas ao governo Temer e afirmou que a gestão do peemedebista fará com que, daqui a pouco, seja necessário "pedir licença para entrar no Brasil", em referência ao projeto que autoriza a venda de terras para estrangeiros. "Resolveram vender nossa terra, daqui a pouco vendem até o mar", ironizou Lula.
COBRANÇA
O ex-presidente estimulou a militância a "cobrar" e "pressionar" congressistas sobre as reformas do governo, dizendo que "não é justo" que o povo pague pela crise no país.
"Tem que cobrar os parlamentares, é na cidade e nos Estados de vocês que têm que fazer pressão. Mas não tem que fazer como eles fizeram com a Dilma [Rousseff]. Mas tem que mostrar pra eles que não é justo, porque esse povo já pagou demais", completou.
Lula viajou a Brasília para prestar depoimento nesta terça (14) à Justiça Federal. Ele será interrogado na ação penal em que é acusado pelo Ministério Público Federal de atuar "na compra do silêncio" do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, a fim de evitar que ele assinasse um acordo de delação premiada. A afirmação consta da colaboração do ex-senador Delcídio do Amaral.
O depoimento estava marcado para 17 de fevereiro, mas foi adiado em razão do luto pela morte da ex-primeira-dama Marisa Letícia.
Lula é réu na mesma ação em que também são investigados o pecuarista José Carlos Bumlai, o próprio Delcídio e o banqueiro André Esteves, entre outros acusados.
A defesa do ex-presidente tem negado qualquer irregularidade e já pediu, inclusive, a nulidade do acordo de delação premiada de Delcídio, sob alegação de que seus termos, que deveriam ser sigilosos, foram vazados para a imprensa.
Também mencionam uma entrevista à revista "Piauí" em que Delcídio falou sobre ter sofrido pressões quando esteve preso em uma sala da Polícia Federal -disse que "ficou trancado" por três horas em uma sala abafada e os policiais não ouviram quando ele bateu à porta. Com informações da Folhapress.
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