sexta-feira, 17 de março de 2017

Vazou: Temer investe R$ 800 mi para comprar apoio de deputados à reforma da previdência


REFORMA DA PREVIDÊNCIA



Pela primeira vez no ano o presidente golpista liberou recursos para as chamadas emendas parlamentares de interesse de sua base, bem às vésperas da votação da reforma da previdência. Coincidência nenhuma!


Tatiane Lopes


Preocupado em garantir um dos mais profundos ataques contra os trabalhadores com a reforma da previdência, Temer resolveu liberar recursos milionários para emendas parlamentares. O discurso de que todos precisam pagar pela crise fica incoerente frente ao investimento de R$ 800 milhões em obras para comprar parlamentares em favor da reforma da previdência.
Esses recursos são destinados a obras em andamento, fruto das chamadas emendas parlamentares e ainda não haviam sido liberados esse ano. Prefeitos e deputados bateram nas portas dos ministérios em busca da liberação dessas verbas nos últimos meses, mas Temer parece ter calculado bem o momento para dar a cartada. Um dia depois que os trabalhadores e a juventude mostraram a disposição de luta contra a reforma da previdência nas paralisações e grandes atos do 15M, que podem desatar um plano de lutas real contra os ataques, o presidente se adianta para ter base sólida no parlamento em favor da reforma.
Segundo informações da Folha de São Paulo, os recursos destinados a emendas de responsabilidade de seis partidos da base chegam a R$ 300 milhões e segundo integrantes da própria equipe presidencial, o total pago a toda a base aliada chega a R$ 800 milhões.
As pastas que receberam os recursos foram a de Saúde, Cidades e Turismo e a lista de obras beneficiadas foi encaminhada aos ministérios. A justificativa para não ter liberado as verbas até então era de que necessitava "obtenção de disponibilidade junto ao Tesouro" e "verificação do andamento de cada convênio".
Qualquer outro argumento técnico pode ser utilizado para justificar a liberação ou não liberação desse tipo de verba, mas a verdade é que verbas e mecanismos desse tipo servem diretamente para as negociatas de interesses entre políticos locais, a câmara, o governo federal e suas promessas eleitorais. São mecanismos pensados para compra de influência e que Temer está usando neste momento para avançar contra nosso direito a aposentadoria.
Parece que os já corriqueiros banquetes de luxo no palácio não são o limite da provocação que Temer e esses políticos privilegiados que servem aos patrões querem esfregar na nossa cara. Mas ontem mostramos nossa disposição para não aceitar mais nenhuma provocação e ataque. Agora é preciso avançar, exigir das Centrais Sindicais que organizem o plano de luta para colocar em pé a greve geral que pode derrotar Temer e seus ataques.

Nenhum comentário:

Postar um comentário