LEILÃO AEROPORTOS
Ocorreu hoje (16) o leilão a concessão de quatro aeroportos pelo governo Temer, tendo apenas empresas estrangeiras beneficiadas.
Fabricio Pena - estudante de sociais da UFRGS
Como aqui noticiamos, o leilão envolvia os aeroportos de Porto Alegre, Florianópolis, Fortaleza e Salvador. Por R$ 3,7 bilhões foi entregue nas mãos do imperialismo os aeroportos, fazendo com que mais da metade (57%) da rede aeroviária do país seja privada. O tempo da concessão é de 25 anos para Porto Alegre e os demais por 30 anos, podendo sempre renovar por mais 5 anos.
O programa de concessões de aeroportos começou ainda com o governo petista que pouco antes do golpe encaminhou o projeto de concessão desses quatro aeroportos. Logo após o golpe, Temer recebeu pressão por flexibilizar a entrega dos aeroportos e acelerar o leilão. De fato o leilão ocorre sem que sejam vinculados a Infraero as empresas.
O leilão foi apenas para o capital internacional, fato que a operação lava jato tratou de garantir, mostrando sua essência entreguista e ligada ao imperialismo. A alemã Fraport, levou os aeroportos de Fortaleza (R$ 425 milhões) e Porto Alegre (R$ 290,5 milhões). A francesa Vinci, ficou com Salvador (R$ 660,9 milhões) e a empresa da Suíça, Zurich, ficou com o de Florianópolis (R$ 83 milhões).
Temer ainda disse que tais medidas entreguistas, ou mesmo da retirada de direitos como a reforma da previdência e trabalhista, são para impedir que o Brasil "vire uma nova Grécia". Entretanto, a empresa mais beneficiada com o leilão é a mesma que detém grande parte dos aeroportos gregos. No sentido entreguismo, Temer está seguindo o modelo grego.
De acordo com a Infraero, esses aeroportos faziam parte dos que apresentaram lucro. Com base nos cálculos de 2015, o lucro projetado para os próximos 30 anos poderia passar de R$ 8 bilhões. O investimento estimado pelos compradores, somando os quatro aeroportos, é de R$ 6,6 bilhões. Ou seja, Temer entregou mais uma riqueza do país para os estrangeiros, ganhando menos do que se os tivesse mantido públicos.
O lucro é garantido apenas aos grande capital estrangeiro. Aos trabalhadores aeroviários, como em toda empresa privatizada, sobra demissões, redução das condições de trabalho e todo tipo de violação dos direitos trabalhistas. Um exemplo próximo é a barragem de Mariana, entregue nas mãos da iniciativa privada e foi sucateada ao ponto causar um desastre. Ainda reduz o tamanho da Infraero, que já aponta para a redução do quadro de funcionários, ameaçando vários postos de trabalho por todo país em plena crise.
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