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segunda-feira, 31 de outubro de 2016
As razões para a vitória de Marchezan em Porto Alegre
As razões para a vitória de Marchezan em Porto Alegre Mateus Bruxel/Agencia RBS
Novo prefeito acompanhou a apuração no comitê, cercado por apoiadores
Foto: Mateus Bruxel / Agencia RBS
Uma campanha gestada na cabeça de marqueteiros experientes e marcada pelo descolamento da política tradicional conduziu Nelson Marchezan Júnior (PSDB) à vitória em sua segunda eleição para prefeito de Porto Alegre. Desde o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, avalizado por multidões de insatisfeitos que tomaram conta das ruas das principais cidades do Brasil vestindo camisetas da Seleção Brasileira e rejeitando a esquerda, a avaliação de especialistas políticos era de que o terreno estava fértil para mudanças.
Nas maiores capitais do país, foi isso que ocorreu. Em São Paulo, os paulistanos optaram pelo empresário João Dória (PSDB), no Rio, pelo bispo Marcelo Crivella (PRB), em Belo Horizonte, pelo ex-dirigente de futebol Alexandre Kalil (PHS) e, em Porto Alegre, por Marchezan.
Em todas as disputas, candidatos que simbolizavam a continuidade de um projeto foram derrotados pelas urnas. Isso confirmou a percepção dos marqueteiros da campanha tucana, que investiram no discurso de mudança e conseguiram emplacar a tese, mesmo com o PSDB e o PP, os cabeças da chapa, tendo integrado a administração municipal liderada por José Fortunati (PDT) com o vice e concorrente de Marchezan, Sebastião Melo (PMDB).
— A gente sabia que a população tinha muitas ressalvas ao governo atual e queria mudança. Procuramos mostrar que Marchezan e Paim são políticos diferentes, que têm características que os credenciam para serem os protagonistas dessa mudança — explica a jornalista Tânia Moreira, que liderou o marketing da campanha, também sob conselhos dos publicitários Alfredo Fedrizzi e Fábio Bernardi.
Ciente do perfil explosivo e temperamental do deputado, a coordenação da campanha decidiu não tentar dourar a pílula e, sim, mostrar Marchezan como ele é. Logo no início da propaganda eleitoral, o próprio candidato admitiu a falta de paciência com determinadas situações da política, mas conseguiu incutir isso na mentalidade dos eleitores de maneira positiva.
— Sou pavio-curto, sim. Pavio-curto com a corrupção, com a insegurança, com a falta de creches, com a falta de atendimento na saúde — repetia o tucano.
Além de direcionar críticas ao principal adversário, Melo, chamado de "vice-prefeito" para ressaltar o seu envolvimento com a atual gestão, Marchezan apostou em um tripé de propostas para três áreas: segurança pública, saúde e geração de empregos. Conquistou amplo apoio entre os empresários e, apesar de envolver-se em polêmicas com servidores e taxistas por declarações no passado, o desgaste não foi suficiente para impedir a eleição.
A estratégia da propaganda de TV, considerada a principal responsável pela vitória de Marchezan segundo pessoas próximas, também mostrou-se exitosa. Nas últimas semanas, o tucano abandonou as gravatas (como no debate da RBS TV na última sexta-feira) e reforçou um estilo mais despojado, em contraponto ao adversário.
— O caminhar em direção às câmeras e a ideia de fazer tudo na rua nos ajudou muito, porque ao mesmo tempo em que estávamos gravando, aproveitávamos para fazer agenda e conversar com os eleitores — afirma Tânia.
Sem dispor de militância numerosa, dado o pequeno tamanho do PSDB em Porto Alegre, que elegeu apenas um vereador nesta eleição, Marchezan teve como aliado fundamental o PP, que tem estrutura maior na cidade. Na reta final, recebeu o reforço do PTB, partido que está no governo Fortunati. Ao lado do deputado estadual Maurício Dziedricki, quarto colocado no primeiro turno, o tucano percorreu vilas da Capital onde os petebistas têm redutos eleitorais importantes. Assim, ampliou a vantagem sobre Melo.
Para quem convive e trabalha com Marchezan no dia a dia, a impressão é de que o político polêmico e com dificuldades para entender-se até mesmo como os próprios companheiros de sigla alcançou a maturidade ao longo da campanha eleitoral. Agora, no comando da prefeitura e assoberbado pela tarefa de comandar uma cidade em dificuldades financeiras e repleta de demandas, é que isso será colocado à prova.
Todo líder esquerdista é um ressentido e um invejoso, mas não tem a menor competência para ficar rico senão através do roubo. Mas roubo na esfera pública, é claro, sem riscos ou perigos, com a garantia de não poder sequer ser demitido, pois além da passividade do povo, que ele mesmo produziu ao destruir a educação, sempre pode contar com o auxílio de políticos cúmplices e a defesa de inúmeros "advogados do diabo". O esquerdista é um burguês do dinheiro dos outros. Como dizia Margaret Thatcher: "Todo esquerdista é um incompetente fracassado que acha que as pessoas de sucesso lhe devem alguma coisa".
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