domingo, 30 de outubro de 2016

Marcelo Crivella, do PRB, é eleito prefeito do Rio

30/10/2016 18h31 - Atualizado em 30/10/2016 19h39

Bispo licenciado da Igreja Universal, engenheiro é carioca e tem 59 anos.
Vitória foi definida às 18h32: com 92% dos votos apurados, ele tinha 59,12%.

Do G1 Rio

Marcelo Crivella (PRB) foi eleito neste domingo (30) prefeito do Rio para os próximos quatro anos. O candidato superou Marcelo Freixo (PSOL) no segundo turno (veja a apuração completa e a apuração por zona eleitoral).
A vitória de Crivella foi definida às 18h32, com 92% dos votos apurados. Naquele momento, ele tinha 59,16% dos votos apurados, ou 1.699.399 de votos, e não podia mais ser alcançado por Freixo, com 1.163.068 votos.
"É um momento de muita emoção, principalmente pra mim, que venho tentando vencer uma eleição para prefeito e governador do Rio mais de uma vez", disse Crivella em seu primeiro discurso após a vitória. Esta foi a teceira vez que ele disputou a prefeitura do Rio.
Derrotado, Freixo subiu em um palco no Centro do Rio para falar com seus eleitores. "Nós vencemos esta eleição", disse. "É só o começo de uma luta muito grande e muito bonita. O Rio de Janeiro, nesse momento, segue de exemplo para o Brasil inteiro, para aqueles que não se renderam (...). A gente tem muito orgulho de estar aqui, e a gente marcou na praça pública, não em um clube fechado."
A vitória marca a quebra do domínio do PMDB na capital fluminense, após oito anos da gestão de Eduardo Paes, que não conseguiu eleger Pedro Paulo seu sucessor.
O atual prefeito do Rio, Eduardo Paes, disse em seu Twitter que já falou com o prefeito eleito. "O parabenizei pela vitória, desejando a ele todo sucesso nessa honrosa função", escreveu Paes. "Me coloquei à disposição para fazermos um transição sólida e tranquila, que possa garantir a ele e sua nova equipe todas informações necessárias", afirmou.
Marcelo Crivella, candidato a prefeito no Rio de Janeiro, acena durante votação (Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP)Marcelo Crivella, candidato a prefeito no Rio de Janeiro, acena durante votação (Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP)
Campanha
Crivella prometeu não misturar religião com política e acabar com filas em emergências de hospitais. Disse que também quer colocar guardas municipais nos colégios públicos e criar 20 mil vagas em creches até 2020.
Principalmente no segundo turno, a campanha foi marcada por polêmicas. Em uma delas, a revista "Veja" publicou uma reportagem com foto do senador preso, em 1990, por invasão de propriedade. Crivella deu diferentes versões para o caso.
Ausência
Durante o segundo turno, Crivella não compareceu a entrevistas marcadas no G1 e no RJTV. Em nota, ele disse que estava em Brasília, mas, mesmo que estivesse no Rio, não iria aos estúdios da Globo. Alegou estar indignado com o que chamou de "cobertura manipuladora e tendenciosa" da TV Globo contra a candidatura dele.
A TV Globo divulgou nota dizendo que "a missão de um veículo jornalístico é revelar fatos importantes, incômodos ou não, envolvendo as candidaturas. A TV Globo tem feito isso de forma isenta, com os dois candidatos em disputa pela Prefeitura do Rio. Como atestam nossos princípios editoriais, a TV Globo é apartidária, absolutamente independente de grupos econômicos e de governos".
Crivella também deixou de comparecer a sabatina no jornal "O Globo" e de conceder entrevista à rádio CBN. Ainda assim, às vésperas da votação, na última sexta-feira (28), o candidato foi ao debate marcado na TV Globo. Ele e Freixo trocaram acusações e falaram de propostas de governo.
Nas considerações finais, Crivella falou sobre a ausência nos compromissos que tinha assumido. "Esse debate que estou aqui agora talvez seja o 30º das tantas campanhas. Dizer que eu não vou a debate, que eu me nego a responder perguntas, isso é uma infâmia. Infelizmente, não pude vir no da Globo e da CBN porque estava no Senado Federal, defendendo as causas do estado Rio de Janeiro", disse.
Perfil
Crivella é carioca e tem 59 anos – nasceu em 9 de outubro de 1957. É bispo licenciado da Igreja Universal, cantor gospel e engenheiro civil.
Foi eleito em 2002 para o senado federal pela primeira vez, pelo antigo PL, atual PR. Foi reeleito em 2010, já pelo PRB, partido que ajudou a fundar.
Foi chamado em 2012 pela ex-presidente Dilma Rousseff para o Ministério da Pesca e Aquicultura, cargo que ocupou com dois anos. Voltou ao Senado, onde tem mandato até 2019. Pediu licença do cargo para concorrer à prefeitura pela terceira vez.
Em 2004, ficou em segundo lugar e, em 2008, em terceiro. Se candidatou também outras duas vezes ao governo do Estado. Em 2014, chegou ao segundo turno e ficou atrás apenas do atual governador licenciado, Luiz Fernando Pezão.
1º turno
No primeiro turno da eleição, Crivella teve 842.201 votos, o que corresponde a 27,78% dos votos válidos. Freixo recebeu 553.424 votos, o equivalente a 18,26%. No total, a cidade tem quase 5 milhões de eleitores distribuídos entre 11.803 seções de votação.
Participaram ainda do pleito, no primeiro turno, Pedro Paulo (PMDB), Flávio Bolsonaro (PSC), Indio da Costa (PSD), Osorio (PSDB), Jandira Feghali (PC do B), Alessandro Molon (Rede), Carmen Migueles (Novo), Cyro Garcia (PSTU) e Thelma Bastos (PCO)
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