O jornalista Roberto Saviano vive sob escolta devido a ameaças da máfia (foto: ANSA)
11 AGOSTO, 08:00•ROMA•ZLR
(ANSA) - Entre o início de 2006 e 31 de outubro de 2014, a Itália registrou 2.060 atos de hostilidade de mafiosos contra jornalistas, sendo que apenas nos primeiros 10 meses do ano passado houve 421 casos de violência ou intimidação, quase três a cada dois dias.
É o que aponta um relatório divulgado na semana passada pela Comissão Parlamentar Antimáfia do país, chefiada por Rosy Bindi. Os números se baseiam em 34 audiências com repórteres, diretores de jornais, presidentes de ordens e sindicatos.
Também contribuiu para o documento a entidade Ossigeno per l'Informazione (Oxigênio para a Informação), observatório que monitora ameaças contra membros da imprensa na Itália. O estudo diz que existe uma sensação de impunidade "quase total", uma vez que apenas em poucos casos os autores das hostilidades são identificados, julgados e condenados.
Além disso, o uso "sem escrúpulos e intimidador" de ações judiciais serve como "instrumento de pressão" para evitar que repórteres realizem investigações "desconfortáveis" para a máfia. O documento ainda denuncia a violência "mais sutil, porém não menos dolorosa", que se manifesta nas condições de extrema precariedade contratual e econômica de quase todos os jornalistas ameaçados.
"Muitos cronistas escutados, frente a um devastador repertório de intimidações, admitiram trabalhar recebendo poucos euros por artigo, frequentemente sem contratos e com editores raramente disponíveis a irem além de uma solidariedade de fachada", afirma o estudo.
Por conta disso, a Comissão Antimáfia cobrou a regulação da figura do freelancer o "mais rápido possível" para cobrir uma "lacuna grave" do sistema informativo do país. Atualmente, 20 jornalistas italianos vivem sob escolta, incluindo o renomado escritor Roberto Saviano, autor de "Gomorra", livro que revela as entranhas da Camorra, a máfia napolitana.
Outros 11 repórteres foram assassinados por mafiosos no período analisado pelo relatório, que apontou também que a Calábria, lar da 'ndrangheta, e a Sicília, base da Cosa Nostra, são as regiões onde é mais difícil exercer o direito à livre informação. (ANSA)
É o que aponta um relatório divulgado na semana passada pela Comissão Parlamentar Antimáfia do país, chefiada por Rosy Bindi. Os números se baseiam em 34 audiências com repórteres, diretores de jornais, presidentes de ordens e sindicatos.
Também contribuiu para o documento a entidade Ossigeno per l'Informazione (Oxigênio para a Informação), observatório que monitora ameaças contra membros da imprensa na Itália. O estudo diz que existe uma sensação de impunidade "quase total", uma vez que apenas em poucos casos os autores das hostilidades são identificados, julgados e condenados.
Além disso, o uso "sem escrúpulos e intimidador" de ações judiciais serve como "instrumento de pressão" para evitar que repórteres realizem investigações "desconfortáveis" para a máfia. O documento ainda denuncia a violência "mais sutil, porém não menos dolorosa", que se manifesta nas condições de extrema precariedade contratual e econômica de quase todos os jornalistas ameaçados.
"Muitos cronistas escutados, frente a um devastador repertório de intimidações, admitiram trabalhar recebendo poucos euros por artigo, frequentemente sem contratos e com editores raramente disponíveis a irem além de uma solidariedade de fachada", afirma o estudo.
Por conta disso, a Comissão Antimáfia cobrou a regulação da figura do freelancer o "mais rápido possível" para cobrir uma "lacuna grave" do sistema informativo do país. Atualmente, 20 jornalistas italianos vivem sob escolta, incluindo o renomado escritor Roberto Saviano, autor de "Gomorra", livro que revela as entranhas da Camorra, a máfia napolitana.
Outros 11 repórteres foram assassinados por mafiosos no período analisado pelo relatório, que apontou também que a Calábria, lar da 'ndrangheta, e a Sicília, base da Cosa Nostra, são as regiões onde é mais difícil exercer o direito à livre informação. (ANSA)
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