Dilma e Merkel tiveram jantar descontraído no Palácio da Alvorada (foto: EPA)
20 AGOSTO, 07:41•SÃO PAULO•ZGT
(ANSA) - Em um ambiente marcado pela descontração e informalidade, a presidente Dilma Rousseff relembrou a goleada histórica sofrida pela seleção brasileira na Copa do Mundo, durante jantar de trabalho na noite desta quarta-feira (19) com a chanceler alemã, Angela Merkel,no Palácio da Alvorada. Na pauta do encontro, também se discutiu o acordo Mercosul-União Europeia e as perspectivas da retomada do crescimento econômico do Brasil.
Merkel chegou a Brasília por volta de 20h, seguindo direto para o Alvorada, onde era esperada pela presidente brasileira e 18 ministros. Atrasado, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, foi a última autoridade a chegar, ficando de fora da foto oficial.
Segundo o Broadcast Político apurou, Dilma e Merkel fizeram o brinde com champanhe nacional, em um jantar de duas horas de duração com carneiro, legumes, risoto e filé mignon no menu palaciano. "Estavam todos os ministros cansados, todo mundo querendo descansar, e as duas batendo papo sem parar", relatou um dos participantes à reportagem.
Em um dos momentos mais descontraídos do jantar, Dilma lembrou a partida da seleção brasileira contra a Alemanha, na semi-final da última Copa do Mundo, e disse que no futuro esperava reverter o placar de 7 a 1. Diplomática e bem-humorada, Merkel disse que aguardaria essa revanche, mas adiantou que não queria tratar desse assunto na viagem. Todos os presentes morreram de rir.
Dilma também defendeu a "parceria estratégica" com a Alemanha, destacando a importância de investimentos em áreas de meio ambiente e infra-estrutura. Durante o jantar, ministros alemães questionaram seus colegas brasileiros sobre o andamento da economia nacional e as perspectivas de crescimento do Brasil. A mensagem otimista que se procurou transmitir foi a de que o País passa por um processo de ajuste, que irá abrir as portas de um novo ciclo de desenvolvimento.
Para esta quinta-feira (20), estão agendadas duas reuniões com o governo - uma aberta e outra fechada - e um almoço para a delegação alemã. As líderes também farão um pronunciamento conjunto sobre os temas debatidos. Merkel volta para a Alemanha ainda nesta tarde, com previsão de saída para às 15h10.
Dilma usa visita de Merkel para buscar apoio
A presidente Dilma Rousseff recebeu 12 empresários que têm investimentos no exterior para uma preparação para a visita bilateral da chanceler alemã, Angela Merkel. Apesar de tratar de um tema específico - a relação comercial com o país europeu -, o encontro foi mais um em uma série de contatos com empresários que a presidente tem aproveitado para buscar aproximação com o setor produtivo, em um momento em que o governo procura um pacto pela governabilidade.
Foram convidados ao Palácio do Planalto 20 empresários, dos quais 8 faltaram e 12 compareceram. De acordo com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Armando Monteiro Neto, o tema central da conversa foram as maneiras de avançar a relação comercial com a Alemanha, com quem o País tem déficit comercial.
Perguntado se a presidente pediu apoio a uma agenda positiva e ao ajuste fiscal, Monteiro afirmou que a agenda em si já era positiva. "A agenda já era intrinsecamente positiva e de confiança", afirmou.
Ao chegar para o encontro, o presidente do Centro Empresarial da América Latina (Ceal), Ingo Plöger, elogiou as iniciativas de diálogo do Planalto e as ações tomadas pela presidente e pela equipe econômica para enfrentar a crise, além de ter pregado a proximidade dos empresários com o governo.
"Eu prefiro uma reforma com rumo claro, onde estamos indo, do que uma situação insustentável como antes. O rumo que o governo está dando é de sustentabilidade, de combate à inflação, de trazer o controle das contas públicas", disse.
"Estamos no rumo certo, só que vamos passar por uma fase difícil e todos nós vamos ter que ajudar para que passe rápido." Essa é a primeira vez que Dilma chama empresários para discutir as pautas importantes para a indústria antes de uma visita de um chefe de Estado ao Brasil. Costumeiramente, isso ocorria apenas nas viagens da presidente ao exterior, quando conversava com empresários que acompanhavam a comitiva.
Nas últimas semanas, o governo tem apostado no setor empresarial para tentar obter apoio e reduzir a crise política, invocando o sentimento dos empresários de que é necessária estabilidade política para que o ajuste econômico tenha resultado. Amanhã, Dilma volta a se reunir com empresários regionais no Recife, repetindo o roteiro cumprido na semana passada em Salvador. Na próxima semana, a presidente deve abrir uma nova rodada de encontro com empreendedores em Fortaleza.
Pedidos
Na conversa, os empresários cobraram empenho do governo para acelerar a troca de ofertas do acordo Mercosul-União Europeia, visto como uma possibilidade de aumentar a corrente de comércio com o bloco e melhorar a pauta das exportações, hoje concentrada em produtos de baixo valor agregado, como farelo de soja e minério de ferro.
Também há esperança, no setor agropecuário, de que o governo consiga a liberação de exportação de proteína animal, especialmente suína, que ainda enfrenta barreiras fitossanitárias. Fonte: Estadão Conteúdo (ANSA)
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