O líderes de PDT e PTB na Câmara anunciaram nesta quarta-feira (5) que as bancadas dos dois partidos passarão a adotar uma posição de independência nas votações.
O deputado André Figueiredo (CE), líder do PDT, disse que a decisão foi tomada por unanimidade pela bancada do partido, em reunião à tarde, e acrescentou que não participará mais das reuniões da base aliada. A bancada pedetista tem 19 dos 513 deputados da Câmara.
O líder do PTB, deputado Jovair Arantes (PTB-GO), também anunciou no plenário que o partido votará as propostas em tramitação na Câmara de “forma independente”. O partido tem 25 deputados.
A justificativa dos deputados pedetistas é que a bancada discorda do governo em diversos temas e se sente desrespeitada ao ser acusada de infiel por tomar posições contrárias.
“Fomos frontalmente contra as medidas provisórias 665 e 664, que reduziam direitos ao seguro-desemprego e à pensão por morte. Temos tomado uma postura claramente a favor dos servidores públicos”, declarou o líder do PDT.
Figueiredo afirmou que a bancada era frequentemente desrespeitada e o partido, taxado de "infiel". “Tomamos uma decisão porque estamos sendo, de forma recorrente, desrespeitados. O PDT está sendo chamado de infiel, traiçoeiro, quando o PDT é o único partido da base que se manifesta previamente sobre como vai se portar nas votações”, declarou Figueiredo após deixar o plenário.
PTB
Depois do PDT, o líder do PTB, Jovair Arantes, disse que a bancada do partido vai discutir as posições que adotará em cada votação.
Depois do PDT, o líder do PTB, Jovair Arantes, disse que a bancada do partido vai discutir as posições que adotará em cada votação.
"Hoje chegamos a uma conclusão de que a bancada declara independência em relação às votações e reserva o direito de estar votando da maneira que a bancada vai discutir. No caso do PTB, nós temos sempre pedido que a bancada acompanhe o líder do bloco, que é o deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), que tem sido muito correto conosco”, afirmou o parlamentar.
Na prática, desde o início do ano, quando defendeu a eleição de Eduardo Cunha para a presidência da Câmara e passou a integrar o bloco do PMDB, o PTB já vem aderindo às posições defendidas pelos peemedebistas, inclusive em matérias que contrariam o governo. No entanto, a bancada decidiu, após reunião, oficializar a posição de independência em relação ao governo.
“O tratamento com o governo é de dificuldade, de ministro que não recebe deputado. E isso vai aborrecendo. Entendemos que o governo tem que ouvir e chamar para conversar. O governo quer administrar sozinho, que administre”, afirmou.Após o anúncio em plenário, o líder do PTB disse ao G1 que a bancada decidiu oficializar a independência em relação ao governo por sentir que não é “tratado como base aliada”.
Para o deputado, o governo enxerga os parlamentares não como aliados, mas como “pedintes”. “Os deputados vivem nas bases ouvindo as pessoas. Hoje está sendo tratado de forma que não condiz. Quando eles procuram os ministros, estão preocupados com os problemas da base. Eu quero servir como alguém que quer colaborar e não de alguém só quer pedir”.
Ministério
André Figueiredo esclareceu que, apesar da decisão da bancada da Câmara, o partido não foi para a oposição. No entanto, quando questionado por jornalistas se a sigla poderia entregar o ministério que detém, o do Trabalho, Figueiredo não descartou.
André Figueiredo esclareceu que, apesar da decisão da bancada da Câmara, o partido não foi para a oposição. No entanto, quando questionado por jornalistas se a sigla poderia entregar o ministério que detém, o do Trabalho, Figueiredo não descartou.
“Os próximos passos serão naturalmente dados. Não se afasta [a possibilidade de deixar ministério]”, afirmou, acrescentando que a bancada tomou a decisão de ter uma posição de
independência na Câmara dos Deputados e que “os próximos passos serão definidos pelo partido como um todo”.
independência na Câmara dos Deputados e que “os próximos passos serão definidos pelo partido como um todo”.
Segundo ele, o novo posicionamento foi informado ao ministro Manoel Dias e ao presidente da sigla, Carlos Lupi.
“O Lupi deu total liberdade. Ele compreende inclusive que a nossa permanência na base tem prazo de validade. E o ministro Manoel Dias respeitou. Lógico que ele fica numa posição incômoda por ser ministro, mas ele mesmo colocou que tem que, a partir dessa decisão da gente, começar a discutir quando se dará o próximo passo”, afirmou o líder na Câmara.
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