Foto: Reuters
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A ideia de uma União Europeia (UE) a duas velocidades está, mais uma vez, bem patente neste recente relatório do Eurostat sobre os custos do trabalho, referente ao ano passado. Se na Bulgária, o país mais barato, o custo de mão de obra por hora andou nos 3,8 euros, na Dinamarca, o mais caro, atingiu os 40,3 euros. Uma diferença abismal, que fixou a média do custo do trabalho da UE nos 24,6 euros/hora e, na Zona Euro, nos 29,2 euros/hora. Em Portugal, uma hora de trabalho custou, em média, 13,1 euros, em 2014, logo abaixo da Grécia (€14,6) e a alguma distância de Espanha (€21,3). Roménia, Lituânia, Hungria, Polónia e República Checa são os países onde o trabalho é ainda mais barato que em Portugal.
E se esta notícia já não era boa, pior é quando o resultado do inquérito referente apenas à Zona Euro indica uma tendência de descida desse custo (que inclui salários e pensões sociais pagos pela entidade empregadora): de 2013 para 2014, houve uma descida de 0,8 por cento, cerca de 10 cêntimos. O que já tinha acontecido em 2013 face a 2012, registando-se assim um embaratecimento do trabalho em Portugal pelo segundo ano consecutivo.
A maior diminuição registou-se, no entanto, no Chipre (menos 2,8%) e na Irlanda (menos 0,2%). Ao contrário, as maiores subidas dos custos laborais verificaram-se na Estónia (6,6%), Letónia (6%) e Eslováquia (5,2%). A França também tem subido este indicador, estando agora nos 34,6 euros/hora, acima da Alemanha, que se fica pelos 31,4 euros/hora, e da Itália, que paga a 28,3 euros. Na UE, mas fora do euro, temos o Reino Unido, onde o custo de trabalho, feitos os devidos câmbios, andou pelos 22,3 euros. E, já agora, a Noruega (que não está na UE) é o país europeu top nos custos laborais, mesmo acima da Dinamarca, com 54 euros/hora, apesar de ter vindo a descer este valor, que atingiu o seu máximo em 2012, com 56,4 euros.
Feito com base nas empresas com o mínimo de 10 trabalhadores, este inquérito do gabinete europeu de estatística, deixou de fora o setor agrícola e toda a administração pública. A análise setorial indica que é a indústria que paga mais alto a hora de mão de obra, a uma média de 25,5 euros na UE e 32 euros se atendermos apenas à Zona Euro. No segundo lugar, estão os Serviços, com 24,3 e 28,2 euros, respetivamente. Por ultimo, temos o setor da Construção, a pagar 22 euros na UE e 25,8 euros na Zona Euro.
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