quarta-feira, 22 de abril de 2015

Pimentel defende Justiça e critica "ansiedade do condenar e execrar" Governador entregou Grande Colar da Inconfidência ao presidente do STF, Ricardo Lewandowski

Orador oficial da 64ª solenidade de entrega da Medalha da Inconfidência, o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, abriu seu discurso nesta terça-feira (21), em Ouro Preto, saudando a presença e a participação da população na festividade, uma novidade se comparado a anos anteriores. “Que alegria ver essa praça, depois de 12 anos, aberta finalmente, para o povo comemorar o 21 de abril. Que alegria ouvir as vozes da democracia ecoando em Ouro Preto. As vozes da liberdade”, afirmou.
Ao lado de dezenas de autoridades, entre elas o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, agraciado com a principal honraria, o Grande Colar da Inconfidência, Pimentel pautou seu discurso na defesa da justiça e da democracia e fez homenagens ao mártir da Inconfidência, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, considerado por ele um exemplo de luta pela cidadania.
“Não poderia ser mais adequado estarmos aqui, neste momento da história brasileira, reverenciando a figura do Tiradentes. É sua passagem pela vida que deve guiar nossa reflexão”, afirmou o governador ao relembrar a trajetória do inconfidente. “A história desse homem nos ensina que, quanto mais seletiva for a punição, mais coletiva será a impunidade. A conveniência política, momentânea, desequilibrada, não patrocina a justiça. Ao contrário, é a irmã do arbítrio e a mãe da injustiça. Tiradentes é exemplo disso”, ressaltou Pimentel. 
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Justiça
Dirigindo-se ao ministro Ricardo Lewandowski, o governador de Minas Gerais afirmou a importância de se dar amplo direito de defesa à sociedade e relembrou o período na ditadura militar em que esteve na posição de réu.
“É a preocupação de quem já foi réu, julgado e condenado pelas leis de exceção do regime autoritário, e que hoje, abençoado pela democracia e ungido pelo voto popular, ocupa o mais honroso posto que um mineiro pode almejar: o de governador de nosso Estado”, disse Pimentel, que ao lado do vice-governador Antônio Andrade entregou a Medalha da Inconfidência a cada um dos homenageados presentes.
Ainda segundo Pimentel, não se pode atropelar, “pela ansiedade do condenar e execrar”, o processo penal. “Todo réu é inocente até que sejam esgotadas todas as possibilidades de defesa. Há tempo de acusar, há tempo de defender, mas o tempo de justiça deve ser guiado pelo eterno”, completou, durante seu discurso.
O governador também citou personalidades políticas referências para a história de Minas Gerais, como Milton Campos, Tancredo Neves e Juscelino Kubitscheck, defensores da democracia e combatentes da tirania. “Temos nesse Estado a ordem democrática, baseada no voto popular e republicana, fundada nas leis e na justiça independente e soberana”, salientou.
Pimentel encerrou seu discurso relembrando que hoje, em um país democrático, estava colocando medalhas onde, no passado, Tiradentes recebeu a corda da opressão. E reverenciou nomes que contribuem para a democracia. “Que o equilíbrio e a moderação presidam sempre os poderes da nossa República”, finalizou o governador de Minas Gerais.

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