segunda-feira, 13 de abril de 2015

Gastos com defesa no planeta caíram em 2014, segundo organização sueca Levantamento foi feito por Instituto de Estudos para Paz de Estocolmo. Brasil teve queda impulsionada por crise econômica, sugere pesquisa.

Um soldado ucraniano anda em meio a veículos blindados durante cerimônia de entrega de armas, equipamento militar e aviões para o exército em um campo de tiro em Zhytomyr, na Ucrânia (Foto: Valentyn Ogirenko/Reuters)Soldado ucraniano anda em meio a veículos blindados durante cerimônia de entrega de armas, equipamento militar e aviões para o exército em um campo de tiro em Zhytomyr, na Ucrânia. País teve um dos maiores aumentos de gastos militares em 2014, na contramão da maioria do mundo (Foto: Valentyn Ogirenko/Reuters)
No entanto, o país figura na 11ª posição no ranking dos 15 países que mais destinaram recursos à área militar. Em percentual, o montante aplicado equivale a 1,8% do total investido em todo o planeta.Levantamento do Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo (Sipri) aponta que os gastos militares no planeta em 2014 foram de US$ 1,78 trilhão, queda de 0,4% em relação a 2013, e sugere que a crise econômica no Brasil pode ter influenciado o corte de investimentos do governo para o setor no ano passado.

Segundo o relatório, divulgado neste domingo (12), o Brasil aplicou US$ 31,7 bilhões na área de defesa em 2014. Em 2013, o montante destinado foi de US$ 32,9 bilhões. "A economia do país desacelerou e o governo enfrentou grandes protestos sociais pela falta de serviços básicos no período de preparação para a Copa do Mundo", justifica o documento sobre o corte no orçamento.
Entra na conta verbas para as Forças Armadas, Ministério da Defesa e outros órgãos envolvidos em projetos de segurança, além de atividades espaciais militares, salários, pensões e aposentadorias e gastos com manutenção e pesquisa. Doações para operações especiais também são informadas pelo instituto.
EUA tiveram queda de 6,5%
Exército norte-americano se desloca pela Estónia como parte de exercícios militares, no sábado (21). A operação visa demonstrar compromisso com os aliados da Otan sob a luz das agressões russas à Ucrânia (Foto: Ints Kalnins/Reuters)Exército norte-americano se desloca pela Estônia como parte de exercícios militares no início de 2015. A operação visa demonstrar compromisso com os aliados da Otan sob a luz das agressões russas à Ucrânia (Foto: Ints Kalnins/Reuters)
Os Estados Unidos foram o país que mais investiram na área, com gastos de US$ 610 bilhões, redução de 6,5% em relação a 2013. De acordo com o instituto, a diminuição tem ocorrido de forma gradativa no país, após a aplicação de medidas exigidas pelo Congresso para conter o déficit econômico americano. Mesmo com o corte, o gasto é 45% mais alto que em 2001, ano dos ataques terroristas de 11 de Setembro.
A China, a segunda da lista, registrou aumento de US$ 25 bilhões nos investimentos militares entre 2013 e 2014. No ano passado foram aplicados US$ 216 bilhões, no anterior US$ 191 bilhões. A Rússia é a terceira do ranking, com gastos de US$ 84,5 bilhões. As informações referentes aos dois governos são consideradas estimadas, de acordo com o Sipri.
Guerra na Ucrânia influenciou alta na Europa
A despesa em defesa na Europa subiu 0,6% no ano passado, para US$ 386 bilhões, devido ao aumento de atividades militares no Leste europeu – principalmente o conflito bélico na Ucrânia.
Foi precisamente este país que experimentou a maior alta de toda a Europa, com 23%, à frente da Polônia (13%), Rússia e Lituânia (6%). As maiores quedas no continente foram registradas na Albânia (26%), Portugal (12%), Grécia (11%) e Itália (8,8%).
O Sipri destaca em um relatório complementar que há expectativa de que a despesa militar dobre na Ucrânia em 2015, embora quase metade dessa quantia seja destinada a pensões.
Outro dado afirma que a Rússia espera crescimento de gastos nesta área de 60%, apesar de a pressão da economia poder reduzir essa porcentagem.

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