domingo, 12 de abril de 2015

Danos ao meio ambiente preocupam Santos (SP) após incêndio Dez toneladas de peixes morreram após ocorrido. Acesso ao Porto de Santos foi liberado na tarde deste sábado (11).

O acesso ao Porto de Santos, no litoral paulista, foi liberado na tarde deste sábado (11), depois de dez dias de interdição, por causa do incêndio nos tanques de combustíveis.

Os caminhões voltaram a passar pelo viaduto que leva até a margem direita do porto. Os navios também foram autorizados a atracar no terminal que estava fechado. Operários começaram a limpeza na área atingida pelo incêndio. O fogo foi apagado ontem, depois de nove dias de trabalho dos bombeiros.

Com o incêndio controlado, o que preocupa agora são os danos causados ao meio ambiente.
Uma depois da outra, as tentativas são frustradas. “Você não pega é nada. Sabe o que é nada?”, lamenta um pescador local.

No rio que já era poluído, o incêndio parece ter matado o que restava de vida. O combustível que vazou e os produtos químicos jogados para controlar o fogo causaram a morte de 10 toneladas de peixes.

Desde que o incêndio começou, os barcos estão parados. São cerca de 140 pessoas que vivem exclusivamente da pesca artesanal, e toda essa gente não tem nem ideia de quando o rio vai voltar a ser fonte de renda para eles.

"Agora, é avaliar a extensão desse impacto e aguardar para ver se esses peixes começam a retornar aqui para a região. Então é uma incógnita saber quando vai voltar a normalidade como um todo", afirma William Rodrigues Schepis, biólogo e presidente do Instituto EcoFaxina.

Na vila dos pescadores, mesmo quem não vive da pesca tira do rio e dos mangues o complemento da alimentação. E, diante do manto de peixes mortos, muita gente viu comida.

"Algumas pessoas pegaram, como eu disse. Quando fritava, era uma coisa emborrachada, uma textura horrível", conta Andrea Ferreira, pescadora.

De acordo com os biólogos, a natureza pode levar décadas para se recuperar do estrago causado nesses nove dias. E ainda há a poluição do ar.

"Muita criança no hospital com problema respiratório, porque quem já tem problema respiratório, acho que agravou. E quem não tinha sentiu, porque até eu que não tenho problema respiratório, senti”, relata Marli Vicente, presidente da Associação de Pescadores.

"Quando você tem a liberação desses poluentes no ar, ele traz prejuízos sim, podem se manifestar a longo prazo. Mas que há um prejuízo, há, porque foram dias das pessoas submetidas a um produto de combustão", explica Élio Lopes dos Santos, engenheiro ambiental.

Diante dos danos, o Ministério Público quer saber de quem é a responsabilidade, e quem vai pagar essa conta.

"Precisa definir qual foi a falha do percurso. O inquérito vai procurar quantificar esses danos pra que a gente busque a reparação desses danos”, diz o promotor Daury de Paula Júnior.
Na semana que vem, vai começar a investigação sobre o que provocou o incêndio. A Ultracargo, empresa responsável pelos tanques que pegaram fogo, disse que vai continuar colaborando com as autoridades na apuração das causas e das responsabilidades pelo impacto ambiental.

Nenhum comentário:

Postar um comentário