Corte de luz: veja o que disseram o ONS e o Ministério de Minas e Energia
Hermes Chipp e Eduardo Braga deram entrevistas coletivas nesta terça.
Corte deixou 11 estados mais o DF sem energia na segunda-feira.
Onze estados mais o Distrito Federal registraram falta de energia elétrica por volta das 15h de segunda-feira (19). Distribuidoras em estados das regiões Norte, Sul, Sudeste e Centro-Oeste disseram que reduziram o fornecimento de luz após uma orientação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o órgão responsável pela gestão de energia no país. Uma das distribuidoras, a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), afirmou em nota que o corte foi programado, por determinação do ONS.
No mesmo dia, às 18h40, o ONS divulgou posicionamento oficial, dizendo que houve "restrições na transferência de energia das Regiões Norte e Nordeste para o Sudeste" que "aliadas à elevação da demanda no horário de pico, provocaram a redução na frequência elétrica". A situação foi normalizada a partir das 15h45, informou o ONS.
Ainda na segunda, à noite, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, negou que o corte de energia tenha sido consequência do pico de consumo de eletricidade no país registrado no início da tarde. Segundo ele, um problema técnico em uma linha de transmissão entre as regiões Norte e Sudeste do país foi a causa do corte.
Nesta terça, Braga e o diretor geral do ONS, Hermes Chipp, voltaram a se pronunciar, em entrevistas coletivas realizadas à tarde em Brasília e no Rio de Janeiro, respectivamente. Braga anunciou medidas que segundo ele, devem elevar a oferta de eletricidade na região Sudeste em cerca de 1,5 mil megawatts (leia a reportagem). No Rio, Chipp negou que tenha havido "apagão" e descartou risco de novo corte de energia (leia a reportagem).
Veja abaixo os principais pontos do que eles disseram.
Veja abaixo os principais pontos do que eles disseram.
Sistema de proteção
Durante a coletiva de imprensa em Brasília nesta terça-feira (20), Braga informou que usinas geradoras de energia foram desligadas de maneira “indevida” por seus sistemas de proteção. De acordo com o ministro, a falha não deveria ter acionado esses mecanismos. No Rio de Janeiro, após reunião realizada na mesma tarde com agentes envolvidos para analisar o corte de energia, Hermes Chipp afirmou que "houve um desligamento preventivo de carga para não causar um mal maior". "Eu considero atuação incorreta da proteção em função do desvio de frequência", disse.
Entre as usinas que registraram o problema estão a Governador Ney Braga, administrada pela Copel, do Paraná, e que tem capacidade para 1.260 MW. Para evitar que o problema volte a ocorrer, o sistema de proteção dessa hidrelétrica foi desabilitado até que seja feita uma avaliação. Outra usina que sofreu desligamento foi Angra I, no Rio de Janeiro, “pela atuação de proteção de subfrequência.” Segundo o ministro, “a possibilidade de alteração desse ajuste está sendo investigado pela Eletronuclear”, que administra Angra I.
Entre as usinas que registraram o problema estão a Governador Ney Braga, administrada pela Copel, do Paraná, e que tem capacidade para 1.260 MW. Para evitar que o problema volte a ocorrer, o sistema de proteção dessa hidrelétrica foi desabilitado até que seja feita uma avaliação. Outra usina que sofreu desligamento foi Angra I, no Rio de Janeiro, “pela atuação de proteção de subfrequência.” Segundo o ministro, “a possibilidade de alteração desse ajuste está sendo investigado pela Eletronuclear”, que administra Angra I.
Falhas humana e técnica
Em entrevista coletiva nesta terça, Braga disse: “a essa altura eu não tenho como lhe dizer com o senso de justiça e de responsabilidade que devemos ter se foi falha técnica ou se foi falha humana”. Na mesma tarde, Chipp comentou a declaração do ministro e negou a possibilidade de falha humana. “Não houve falha humana. A ideia que está se referindo provavelmente [o ministro], a falha do sistema de proteção dessas usinas, desses ajustes que hoje nós identificamos e vão ser investigados, isso eu não considero falha. Eu considero atuação incorreta da proteção em função do desvio de frequência.”
Cenário para 2015
Cenário para 2015
Braga afirma que não faltará energia em 2015, e aponta como solução o uso das térmicas. “Pode assegurar ao povo e aos trabalhadores brasileiros que nós temos energia para atendê-los”, disse nesta terça. “Nosso sistema é robusto, mas custa caro porque queima óleo e gás. O consumidor, a partir do momento que tem essa informação, tem a condição pessoal de regular o seu gasto com energia”, disse em entrevista na terça. Braga disse nesta terça que "não há previsão de racionamento" de energia no país. O ministro também afirmou: “Deus é brasileiro, temos também que contar que ele vai trazer um pouco de umidade, um pouco de chuva, para que a gente possa ter mais tranquilidade ainda”. Na mesma tarde, Chipp enfatizou: “Não há problema no sistema, não vai se repetir esse problema.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário