Capa do novo 'Charlie Hebdo' terá Maomé com placa 'Eu sou Charlie'
Edição terá 3 milhões de exemplares e será traduzida para 16 idiomas.
Jornal francês foi alvo de atentado que deixou 12 mortos.
A capa da próxima edição do jornal francês "Charlie Hebdo" trará uma caricatura de Maomé segurando uma placa que diz "Eu sou Charlie" e terá o título "Tudo está perdoado", segundo divulgou o "Libération" no Twitter nesta segunda-feira (12).
A sede do jornal foi alvo de atentado que deixou 12 mortos na última quarta-feira.
A sede do jornal foi alvo de atentado que deixou 12 mortos na última quarta-feira.
A equipe do "Charlie Hebdo" trabalha na próxima edição em espaço cedido na sede da redação do "Libération". A charge da capa é assinada pelo chargista "Luz".
O próximo número do jornal terá 3 milhões de exemplares - normalmente são 60 mil - e criticará, como de hábito, políticas e religiões, e incluirá caricaturas de Maomé, segundo informou o advogado da publicação. A nova edição será vendida em 25 países, de acordo com a France Presse.
"Não cederemos em nada, senão tudo isto não faria sentido", disse Richard Malka. "Rimos de nós mesmos, das políticas, das religiões, é um estado de ânimo", afirmou o advogado.
O Charlie Hebdo "dos sobreviventes", como é conhecida a edição que sai na próxima quarta-feira, será "traduzido para 16 idiomas", de acordo com o médico e cronista Patrick Pelloux.
Para Malka, "nunca temos o direito a criticar um judeu por ser judeu, um muçulmano por ser muçulmano, um cristão por ser cristão, mas podemos dizer tudo o que quisermos, as coisas mais horríveis, e as dizemos sobre o cristianismo, o judaísmo e o Islã, porque além da unidade dos belos lemas, esta é a realidade do Charlie Hebdo".
O advogado disse que o jornal rebeceu pedidos de 300 mil cópias em todo o mundo, e que normalmente o jornal tem tiragem de 4 mil exemplares fora da França.
O advogado disse que o jornal rebeceu pedidos de 300 mil cópias em todo o mundo, e que normalmente o jornal tem tiragem de 4 mil exemplares fora da França.
O número de quarta-feira está sendo preparado exclusivamente por membros da equipe do jornal e não incluirá desenhos de cartunistas externos que publicaram incontáveis esboços em homenagem às vítimas depois do atentado.
Nos Estados Unidos, o Clube de Imprensa de Los Angeles anunciou que o jornal receberá este ano o prêmio Daniel Pearl à coragem e à integridade jornalística. O anúncio foi feito na presença dos pais do jornalista americano, assassinado em 2002 no Paquistão.
O editor-chefe do jornal, Gerard Biard, disse se sentir "profundamente honrado" em receber este tributo. "Evidentemente, vamos aceitá-lo", afirmou.
Vítimas
Neste domingo, 3,7 milhões de pessoas saíram às ruas na França para homenagear as vítimas dos atentados na França. Uma sequência de ataques deixou 20 pessoas mortas na França desde a invasão do jornal satírico "Charlie Hebdo" (veja infográfico ao final da reportagem).
Vítimas
Neste domingo, 3,7 milhões de pessoas saíram às ruas na França para homenagear as vítimas dos atentados na França. Uma sequência de ataques deixou 20 pessoas mortas na França desde a invasão do jornal satírico "Charlie Hebdo" (veja infográfico ao final da reportagem).
Entre as vítimas do jornal estavam o lendário cartunista francês Georges Wolinski, conhecido por seu trabalho de forte teor erótico e político, considerado um dos símbolos de maio de 68, está entre os mortos no ataque contra o escritório da revista satírica "Charlie Hebdo", em Paris, nesta quarta-feira (7). Ele tinha 80 anos.
Além de Wolinski, outros três conhecidos cartunistas estão entre as vítimas: o editor da publicação, Stephane Charbonnier, o "Charb"; Jean Cabut, o "Cabu"; e Tignous.
Além de Wolinski, outros três conhecidos cartunistas estão entre as vítimas: o editor da publicação, Stephane Charbonnier, o "Charb"; Jean Cabut, o "Cabu"; e Tignous.
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