FELIPE MENEZES/METRÓPOLES
CAIO BARBIERIISADORA TEIXEIRA
25/04/2018 0:30 , ATUALIZADO EM 25/04/2018 0:59
A exoneração de seis membros do alto escalão do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF), publicada em edição extra do Diário Oficial do DF (DODF) desta terça-feira (24/4), causou estranhamento entre oficiais. Tudo porque os coronéis e tenentes-coronéis perderam os cargos comissionados após circular nas redes sociais uma foto na qual eles posam ao lado do pré-candidato ao Governo do Distrito Federal (GDF) Jofran Frejat (PR). O republicano é um dos mais ferrenhos opositores do governador Rodrigo Rollemberg (PSB).
A reunião com o Frejat ocorreu durante um café da manhã na quarta feira passada, na sede do PR, localizada no Liberty Mal. Presidente da Associação dos Oficiais da Reserva Remunerada e Reformados da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (Assor), Wellington Corsino, confirma que os seis recém-exonerados estão na imagem, tirada durante reunião na semana passada.
Para ele, uma coisa está ligada à outra. “Não existe nada que diga que foi isso, mas a gente sabe como funciona. Teve a reunião, a foto vazou e agora acontece isso? Com certeza, foi uma retaliação”, opina.
Em contato com o Metrópoles, pelo menos dois alvos do decreto do governador preferiram o anonimato. Ambos confirmaram estar na foto, mas evitaram polêmica quando questionados sobre o motivo da exoneração. O primeiro confirmou que esteve no encontro com Frejat, mas não soube informar se essa foi a motivação do desligamento. O segundo, por outro lado, disse ter sido pego de surpresa.
Não acreditei quando soube. Estou na foto, mas a conversa não foi para levar o apoio a nenhum candidato. Estávamos procurando ouvir o que cada um tem a dizer para a categoria, o que democraticamente é aceitável."
Confira o ato assinado pelo governador do DF, publicado em edição extra do DF:
Foram alvos da canetada do chefe do Executivo local os coronéis Wellington Moura e Silva, ex-chefe do Departamento de Segurança contra Incêndio do Subcomando-Geral; Vilson Vargas, ex-chefe do Departamento Recursos Humanos, do Subcomando-Geral; e Williman Costa da Silva, ex-ajudante-geral do Comando-Geral.
Também perderam a gratificação por cargo comissionado os tenentes-coronéis Átila Gomes do Nascimento, ex-subdiretor da Diretoria de Vistorias, do Departamento de Segurança contra Incêndio; Álvaro Alexandre Albuquerque Marques, ex-comandante do Comando de Área III; e Joston Alves de Sousa, ex-diretor de Saúde do Departamento de Recursos Humanos, do Subcomando-Geral.
Jofran Frejat repudiou a ação. Ele disse ser “inacreditável que, em plena democracia, tentem cassar o direito e a liberdade das pessoas de se manifestarem livremente”. O ex-secretário de Saúde ainda pontuou que nenhum dos militares declarou apoio a ele. “O que houve foi apenas o interesse de conhecerem os nossos pensamentos”, explicou. Por fim, disparou conta Rollemberg. “Um governador que se diz democrata não pode guardar tanto ódio e ressentimento no coração”.
Representante dos militares do DF no Congresso Nacional, o deputado federal Alberto Fraga (DEM), lamentou o uso do aparato público para retaliar integrantes das corporações.
“Eu fico triste e preocupado de ver um governador completamente imaturo e que age como se fosse uma criança que perdeu o doce. Ele quer ter a simpatia e o respeito dos seus subordinados usando a força. Isso é lastimável, uma coisa triste, de ver um governador a cada dia que passa perdendo o respeito pelos seus comandados”, afirmou.
“Eu fico triste e preocupado de ver um governador completamente imaturo e que age como se fosse uma criança que perdeu o doce. Ele quer ter a simpatia e o respeito dos seus subordinados usando a força. Isso é lastimável, uma coisa triste, de ver um governador a cada dia que passa perdendo o respeito pelos seus comandados”, afirmou.
O GDF e o CBMDF não haviam retornado o contato até a última atualização desta reportagem.
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