quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Temer diz que vai "exigir contrapartidas" para socorrer estados endividados



Fala do presidente ocorre após aprovação na Câmara de lei que propõe renegociação das dívidas dos estados com a União. O projeto segue para a sanção


 postado em 21/12/2016 08:50 / atualizado em 21/12/2016 09:28

Após a aprovação na Câmara dos Deputados da lei de negociação das dívidas estaduais sem exigências do governo, o presidente da Michel Temer afirmou, na noite dessa terça-feira (20/12), que vai exigir contrapartidas dos estados, com o objetivo de buscar a recuperação fiscal. Pela proposta de renegociação das dívidas dos estados com a União (Projeto de Lei Complementar 257/16, do Executivo), os estados poderão ter pagamentos alongados por mais 20 anos, com descontos nas parcelas até julho de 2018 e novos indexadores com juros menores dos cobrados atualmente.

"Hoje ainda a Câmara Federal aprovou um projeto, e lá havia (...) estas contrapartidas que foram retiradas, embora se mantivesse a tese e o preceito da recuperação fiscal. Mas isso não significa que a União, quando firmar o contrato com os estados, não irá exigir estas contrapartidas. Elas serão indispensáveis para que se viabilize a recuperação fiscal prevista na lei", afirmou o líder do Executivo.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, não descartou orientar Temer a vetar algum ponto do projeto. "É uma prerrogativa do governo, mas ainda nem recebemos o texto, temos que analisar isso com lupa", afirmou em evento promovido pelo Fórum Permanente de Desenvolvimento Futuro 10 Paraná, em Curitiba. Da forma como foi aprovado na Câmara, o pedido de recuperação fiscal de Estado que decretar calamidade financeira vai demorar mais tempo para ser aprovado pelo Ministério da Fazenda. A equipe econômica já avisou que não vai aprovar planos de recuperação judicial na base de "me engana que eu gosto". O plano terá que atender as exigências do governo.
 
Andressa Anholete/AFP
 


O projeto, que segue para a sanção, preserva a maior parte dos pontos aprovados pela Câmara em agosto. Em relação ao texto aprovado pelo Senado na semana passada, os deputados aprovaram a criação de um regime especial para estados em calamidade financeira – hoje, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Esses estados poderão, depois de aprovado um plano de recuperação por meio de lei estadual, ter as obrigações com a União suspensas por três anos.

Foram retiradas, no entanto, as contrapartidas propostas pelo Senado, como o aumento da contribuição previdenciária paga por servidores estaduais e a proibição de criação de cargos e de aumentos salariais para o funcionalismo, entre outras exigências. Agora, caberá a leis estaduais estabelecer as medidas de ajuste para que o plano de recuperação seja celebrado.

Com informações da Agência Estado e do site do Planalto



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