sexta-feira, 22 de abril de 2016

Polícia identifica 2ª vítima de queda da ciclovia Tim Maia, na Av. Niemeyer Corpo de Ronaldo Severino da Silva, de 60 anos, foi identificado. Buscas por terceira vítima do acidente recomeçam pela manhã.

A polícia identificou a segunda vítima da tragédia na ciclovia Tim Maia, na Avenida Niemeyer, na manhã desta quinta-feira (21). De acordo com informações da 15ª Delegacia de Polícia (Gávea), um dos dois corpos encontrados é de Ronaldo Severino da Silva, de 60 anos, que também foi lançado ao mar com o desabamento.
As buscas por mais vítimas vão recomeçar nesta sexta-feira (22), às 8h. De acordo com o comandante das Unidades de Salvamento Marítimo dos Bombeiros, Marcelo Pinheiro, ainda há chance de haver corpos no mar e eles podem ter entrado nas fendas das rochas.
Segundo o bombeiro, não foi possível o trabalho de mergulhadores nesta quinta-feira porque o mar estava muito violento, mas pode ser que algum corpo apareça quando a maré baixar.
Video mostra desabamento
Um vídeo que circula na internet mostra omomento em que um trecho da ciclovia da Niemeyer caiu. Na imagem, é possível ver o mar agitado avançando sobre a ciclovia. Muitas pessoas passavam pelo local no momento do acidente.

A 15ª DP (Gávea) abriu inquérito para investigar o desabamento. Em nota, a Polícia Civil informou que a perícia já esteve no local e um helicóptero do Serviço Aeropolicial (Saer) auxiliou na buscas.
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Vídeo mostra momento em que ciclovia desaba na Avenida Niemeyer (Foto: Reprodução / Globo)Vídeo mostra momento em que ciclovia desaba na Avenida Niemeyer (Foto: Reprodução / Globo)
Ônibus ficou com parabrisa estilhaçado na Av. Niemeyer (Foto: Reprodução / Globo)Ônibus ficou com parabrisa estilhaçado na Av. Niemeyer (Foto: Reprodução / Globo)
Imagens exibidas pelo RJTV mostraram um ônibus com o parabrisa quebrado devido ao impacto da onda que derrubou a ciclovia (veja nas fotos acima). O coletivo passa pela Avenida Niemeyer e foi atingido pela onda. Ninguém se feriu.
Engenheiro é uma das vítimas
A primeira vitima idenficada é Eduardo Marinho Albuquerque, de 54 anos, um dos mortos no desabamento. Quem o reconheceu foi o cunhado, João Ricardo Tinoco, que foi ao local a pedido da irmã, Eliana Tinoco, a viúva do engenheiro.

“Ele falou que ia chegar ao meio-dia em casa, aí a minha irmã, que é médica e estava indo operar, sentiu um aperto no coração e pediu para eu ligar e ele sempre corre naquela direção da Niemeyer, que é bonita. Ela me ligou e pediu uma ajuda. Como eu estava aqui pertinho, eu parei o carro e vim ver se era ele. Eu que vi pela primeira vez [o corpo]. Não ficou boa essa ciclovia, porque se logo no início já caiu. Realmente foi uma fatalidade horrível. Ele era corredor, sempre corria”, contou o cunhado.
Imagens exibidas na Globo mostram o desespero da viúva ao chegar na Praia de São Conrado para reconhecer o corpo (veja no vídeo abaixo). Muito abalada, ela foi até o Instituto Médico Legal (IML) e não quis gravar entrevista.
Viúva de Eduardo Marinho, Eliane e o cunhado, João Tinoco, reconhecem o corpo na Praia de São Conrado (Foto: Ricardo Moraes/Reuters)Viúva de Eduardo Marinho, Eliane e o cunhado, João Tinoco, reconhecem o corpo na Praia de São Conrado (Foto: Ricardo Moraes/Reuters)
'Imperdoável', diz Prefeitura
O secretário Executivo de Governo, Pedro Paulo Carvalho, garantiu que não há riscos de novos desabamentos e classificou o acidente como "imperdoável". O mesmo adjetivo foi usado pelo prefeito Eduardo Paes, em nota divulgada pouco depois (leia a íntegra no fim da reportagem).
"É imperdoável o que aconteceu, já determinei a apuração imediata dos fatos e estou voltando para o Brasil para acompanhar de perto", disse o prefeito, que saiu à noite do Rio (veja a íntegra da nota no fim da reportagem).
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Arte do desabamento da ciclovia na Avenida Niemeyer (Foto: Editoria de Arte/G1)
Ciclistas fizeram protesto após desabamento de ciclovia (Foto: Reprodução / Globo)Ciclistas fizeram protesto após desabamento de ciclovia (Foto: Reprodução / Globo)
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Mulher de uma dar vítimas chega para reconhecer o corpo (Foto: Kathia Mello/G1)Mulher de uma dar vítimas chega para reconhecer o corpo (Foto: Kathia Mello/G1)
As pessoas pararam na ciclovia, acharam bonito e ficaram tirando fotos das ondas. Eram enormesVeio uma maior ainda, a ciclovia levantou e caiu um pedaço. Vi as pessoas caindo. É triste."
Damião Pinheiro de Araújo,
testemunha do acidente
Damião Pinheiro de Araújo, de 60 Anos, passava pelo local de bicicleta na hora em que as ondas atingiram a ciclovia.

"As pessoas pararam na ciclovia, acharam bonito e ficaram tirando fotos das ondas. Eram enormes. Veio uma maior ainda, a ciclovia levantou e caiu um pedaço. Vi as pessoas caindo. É triste. Toda vez que o mar subir vai ter que interditar a ciclovia, faz parte da natureza. Para mim ela foi mal planejada", disse Damião.
Cunhado de uma das vítimas do desabamento da ciclovia niemeyer (Foto: Kathia Mello/G1)Cunhado de uma das vítimas do desabamento da
ciclovia niemeyer (Foto: Kathia Mello/G1)
O administrador Guilherme Miranda passava pelo local no momento do acidente.

"Eu quase morri. Já chegou a imprensa inteira. Cadê o prefeito, cadê o engenheiro que fez essa obra? É desesperador você ver as pessoas morrendo na sua frente. Alguém tem que dar uma resposta disso, foram R$ 45 milhões. Acabaram de inaugurar e já está rachada em vários pontos, passo aqui todos os dias para ir e voltar do trabalho", disse Guilherme.
Ele relata ainda ter visto três corpos boiando. Miranda criticou ainda o ato de a ciclovia ser afastada da pista, o que deixa o ciclista sujeito a assaltos.
Um outro homem que também passou pelo local pouco antes do acidente relatou que a onda era muito forte. “A onda batia na pedra e subia, varria a Niemeyer e a ciclovia. Era tão forte que não dava pra passar. Eu tive que esperar no meu caminho de ida e volta”, contou Roberto Meliga.
Equipes de resgate trabalham no local onde um trecho da ciclovia Tim Maia desabou em São Conrado, na zona sul do Rio de Janeiro. Pelo menos duas pessoas morreram e uma ficou ferida. A obra custou cerca de R$44 milhões e foi entregue em janeiro (Foto: José Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo)Pilar que sustentava pista ficou de pé (Foto: José Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo)
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Antes e depois da ciclovia Tim Maia, na Avenida Niemeyer (Foto: Fábio Motta/Estadão Conteúdo)Antes e depois da ciclovia Tim Maia, na Avenida Niemeyer (Foto: Fábio Motta/Estadão Conteúdo)
'Falha de projeto', diz Crea-RJ
O engenheiro civil e conselheiro do Crea-RJ, Antônio Eulálio, declarou à Globo News que acredita que houve "uma falha de projeto" da ciclovia da Avenida Niemeyer, em São Conrado, Zona Sul do Rio, que desabou na manhã deste sábado.
“O problema é que não foi previsto no projeto essa força excepcional porque a onda levantou a ponte. Acho que foi uma falha de projeto. Só tem uma viga central praticamente, então, não tem resistência para o momento. São dois apoios, ele não conseguiu suportar esse esforço de rotação, devido a onda que bateu. Foi falha de concepção do projeto”, afirmou o engenheiro civil e conselheiro do Crea-RJ. "Não foi previsto no projeto, deveria ter sido".
Ele acrescentou que “os autores do projeto vão ser chamados para terem direito à defesa” para que sejam aplicadas as medidas cabíveis. E acrescentou ainda que pode ocorrer a “até a cassação do registro”.
O Consórcio Contemat-Concrejato, responsável pela obra, informou que uma equipe técnica da empresa já se encontra no local, trabalhando em coordenação com a Secretaria Municipal de Obras e que as prioridades neste momento são garantir o atendimento às vítimas e seus familiares e avaliar as causas do acidente.
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Helicóptero dos bombeiros fazem buscas por vítimas de desabamento de ciclovia (Foto: Maíra Coelho / Estadão Conteúdo)Helicóptero dos bombeiros fazem buscas por vítimas de desabamento de ciclovia (Foto: Maíra Coelho / Estadão Conteúdo)
A Avenida Niemeyer foi interditada nos dois sentidos por volta das 11h50, segundo o Centro de Operações da Prefeitura e não há previsão para liberação do tráfego. Os motoristas devem seguir pela Autoestrada Lagoa-Barra.
Complexo Tim Maia
O trajeto total, do Leblon à Barra, terá sete quilômetros de extensão, mas ainda não tem data exata para ser inaugurado. Com construção iniciada em junho de 2014, a ciclovia teve custo de R$ 44,7 milhões.
Grande parte da ciclovia — nos bairros do Leblon e São Conrado — já existiam e foram incluídas no complexo cicloviário que ganhou o nome de Tim Maia porque, no projeto original, vai ligar o Rio "Do Leme ao Pontal", exatamente como na canção imortalizada por ele.
No início do ano, cariocas e turistas já dividiam o espaço com os operários. Em nota na ocasião, a prefeitura do Rio informou que o uso da pista durante as obras não era proibido, mas sim indevido.
Trecho da ciclovia liga os bairros de São Conrado e Leblon e tem 3,9 km de extensão. (Foto: Reprodução / Globo News)Trecho da ciclovia liga os bairros de São Conrado e Leblon e tem 3,9 km de extensão. (Foto: Reprodução / Globo News)
Ciclovia da Av. Niemeyer foi inaugurada no dia 17 de janeiro. (Foto: Reprodução / Globo news)Ciclovia da Av. Niemeyer foi inaugurada no dia 17 de janeiro. (Foto: Reprodução / Globo news)
Veja a íntegra da nota da prefeitura:
"O prefeito Eduardo Paes lamenta profundamente o acidente na Ciclovia da Niemeyer e se solidariza com as famílias das vítimas e com todos os cariocas neste momento. O prefeito estava em deslocamento para a Grécia - onde participaria, em Atenas, da cerimônia de passagem da tocha olímpica - e já está voltando para o Brasil. Paes atenderá a imprensa amanhã, assim que chegar ao Brasil, o que não tem horário previsto.
- É imperdoável o que aconteceu, já determinei a apuração imediata dos fatos e estou voltando para o Brasil para acompanhar de perto - disse o prefeito, que saiu ontem à noite do Rio.
A Prefeitura do Rio esclarece que a prioridade neste momento é garantir a segurança da população e o atendimento às vítimas e aos seus familiares. Técnicos do município estão desde cedo no local, trabalhando com coordenação da Secretaria Municipal de Obras. O resultado da vistoria realizada pela Fundação Geo-Rio para apurar as causas do acidente será divulgado assim que concluído. Os reparos serão executados pela empresa responsável pela construção, sem ônus adicionais ao município, já que a ciclovia ainda está na garantia de obra. A Avenida Niemeyer permanece interditada ao tráfego e o Corpo de Bombeiros continua as buscas no local."

Por Aguiasemrumo: Romulo Sanches de Oliveira
Inacreditável as plataformas no ponto de arrebentação não estarem travadas e sem descaída? esqueceram-se do paredão no fundo que em caso de arrebentação joga tudo para cima com uma pressão gigantesca!  “5 minutos Volume de água: 10 litros por minuto. Pressão: 80–100 kN/m². 5.” Será difícil calcular?

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