terça-feira, 5 de abril de 2016

Governo intensifica negociações com partidos para evitar impeachment Alvos são siglas da base que podem ganhar mais espaço na Esplanada. Oposição critica troca de cargos por votos e chama tática de 'vergonha'. Do G1, em Brasília, com informações do Bom Dia Brasil

O governo iniciou a semana com negociações intensas com deputados da base aliada para evitar o prosseguimento do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, em curso naCâmara. Os alvos do Palácio do Planalto são partidos da base que, após a saída do PMDB do governo, podem ganhar mais espaço na Esplanada dos Ministérios.
Nesta segunda-feira (4), o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, fez a defesa da presidente na comissão especial do impeachment. Nas contas dos parlamentares, a comissão deve votar um parecer ainda este mês. Depois o plenário da Casa decide se instaura o processo contra a presidente.
Dilma precisa de, ao menos, 171 votos dos 513 deputados para barrar o impeachment. Um dos partidos mais buscados pelo governo é o PP, que já é aliado, mas pode ganhar mais espaço. A sigla tem 51 deputados e hoje conta com um ministro. O PMDB, já fora do governo, mantém, por enquanto, seis ministros.
Uma ala do governo tem defendido a ideia de que os cargos sejam entregues aos partidos que votarem contra o impeachment após a análise do processo no plenário.
Questionado por jornalistas se as pastas da Saúde ou da Educação seriam pastas boas, o líder do PP na Cãmara, Agnaldo RIbeiro (PB), disse que o importante é o "prestígio" que se dá ao aliado.
"O importante é o prestigio que se destina a quem está participando. E é isso que, em qualquer cenário, nós desejaremos ter: o reconhecimento da importância do nosso partido nesse processo. Um processo que, repito, é fundamental neste momento de dificuldade para o país", disse Ribeiro.
O deputado Marcelo Aro (PHS-MG) afirmou que o governo oferece cargos e pede para os parlamentares não comparecerem no dia da votação.
"Como se não bastasse eles oferecerem cargos, entre outra coisas, agora eles também estão falando o seguinte: não precisa votar não,apenas não venha votar", disse o deputado.
A oposição classificou a tática do governo de "vergonha". Para líder do PSDB, Antônio Imbassahy (BA), o país não pode "chegar a esse nível".
"Não pode ser legítimo. É uma vergonha. Lula é que telefona, vem aqui, [e diz] 'você quer um ministério, você quer que cargo, você precisa de quantos milhões aqui de emendas? Isso é uma vergonha, o país não pode chegar a esse nível que chegou", criticou o oposicionista.

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