sábado, 2 de abril de 2016

Eleição do DCE do UniCeub vira caso de polícia

Internet/Reprodução


A disputa, que envolve troca de acusações, agressões e panfletos difamatórios, foi parar na delegacia. Em jogo, estão 50 bolsas de estudo integrais



A eleição para o Diretório Central dos Estudantes (DCE) do UniCeub, marcada para a próxima quinta-feira, 7 de abril, virou caso de polícia e foi parar na delegacia. Além da troca de agressões entre as chapas rivais, as acusações incluem invasão de páginas na internet e difamação.


O comando do DCE não é cobiçado à toa. A entidade tem a prerrogativa de indicar 50 alunos para receberem bolsas integrais — em muitos cursos, as mensalidades chegam a custar mais de R$ 1 mil. No caso de medicina, por exemplo, o valor supera os R$ 6 mil. Quando a gestão é trocada, quem tinha direito ao benefício perde a bolsa, a não ser que haja nova indicação.
Além da questão financeira, também está em jogo a influência sobre os 23 mil estudantes da instituição. Eleitores em potencial que despertam a atenção de partidos políticos, também envolvidos com a eleição para o DCE. A Juventude do PSDB no Distrito Federal (JPSDB-DF), por exemplo, tem representantes nas duas principais chapas. O PT endossa uma terceira.
AcusaçõesPresidente da antiga gestão do DCE (o mandato dele acabou no último dia 29) e candidato à reeleição, Victor Puppim Vilela é filiado ao JPSDB e registrou pelo menos quatro boletins de ocorrência na 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte). Vilela acusa os concorrentes de distribuírem panfletos nos quais ele é comparado à presidente da República, Dilma Rousseff, e que o acusam de corrupção por supostos desvios de verba para uma festa de recepção aos calouros. Ele ainda disse que a página do DCE no Facebook foi hackeada.
Nos boletins registrados, Vilela relata sofrer perseguição. Segundo um dos documentos apresentados ao Metrópoles, o estudante de administração afirma que o ex-presidente do JPSDB Horácio Lessa Ramalho o teria apoiado nas eleições anteriores mas, diante da recusa em dar bolsas de estudos para alguns indicados, a perseguição teria começado. À polícia, Vilela contou ter sofrido ameaças: “Se não distribuir as bolsas, vamos espalhar panfletos o difamando”, teria dito Ramalho.


Horácio Lessa Ramalho, que é assessor da Coordenação de Relações com o Congresso Nacional, da Casa Civil do Governo do Distrito Federal, nega qualquer participação com o movimento estudantil. “Estou afastado das atividades partidárias, sou ex-presidente do JPSDB. Não tenho nenhuma ligação direta com nenhuma das chapas”, disse. Além disso, ele afirmou desconhecer as acusações feitas por Vilela. “Levarei à Justiça quando tomar conhecimento”, afirmou.
Ramalho estaria apoiando a principal chapa de oposição, encabeçada por Rafael Calixto, também do JPSDB. Calixto, que admitiu ser amigo de Ramalho, tem o apoio oficial do partido, assinado pela executiva da legenda. “A juventude da Social Democracia Brasileira tem como uma das suas diretrizes a atuação intensa no movimento estudantil. Por isso, a JPSDB-DF, por meio desta nota, reafirma o total apoio à Chapa Universitários em Movimento e ao seu presidente, Rafael Calixto”, diz o documento.
Procurado pela reportagem, Calixto primeiro negou a filiação ao partido. Depois, voltou atrás e admitiu a ligação com a sigla. Mas disse que a candidatura é apartidária. “Queremos mudar a atual gestão. Somos uma chapa apartidária. Temos propostas, e não um partido”, afirmou.

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