Por Rodrigo Viga Gaier e Camila Moreira
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - As atividades de transportes e serviços profissionais registraram as perdas mais fortes em janeiro e arrastaram consigo o setor de serviços para um início de ano fraco como reflexo da debilidade econômica generalizada no país.
O volume do setor de serviços caiu 5,0 por cento em janeiro na comparação com o mesmo mês do ano anterior, de acordo com os dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado representa a 10ª taxa negativa seguida e o pior resultado para janeiro na série iniciada em 2012, sem alterações à vista no ritmo em que terminou 2015, quando registrou o primeiro resultado negativo anual.
"A queda do setor de serviços se justifica pela conjuntura e pela necessidade de se cortar ou adiar gastos e investimentos. Isso repercute em menor contratação dos mais diversos serviços", explicou o coordenador da pesquisa no IBGE, Roberto Saldanha.
O primeiro mês do ano ficou marcado principalmente pelas quedas de 5,8 por cento no volume total da atividade de Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio sobre o mesmo mês de 2015, e de 9,1 por cento de Serviços profissionais, administrativos e complementares.
Ambos tiveram impacto de -1,7 ponto percentual cada sobre a taxa do mês.
Já o volume do chamado agregado especial Atividades turísticas, considerado pelo IBGE como um item à parte por repetir serviços já avaliados em outras atividades, apresentou avanço de 0,5 por cento em janeiro, após recuo de 1,6 por cento em dezembro.
O cenário para o setor neste início de ano permanece o mesmo, com confiança baixa tanto de consumidores quanto de empresários. A Fundação Getulio Vargas (FGV) apontou que seu índice de confiança do setor de serviços recuou em fevereiro, com piora tanto da percepção atual quanto das expectativas.
Já o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) mostra que a atividade do setor de serviços no Brasil despencou com força em fevereiro e foi ao nível mais baixo na história da pesquisa.
O que antes já foi ponto de destaque na economia brasileira, os serviços recuaram 2,7 por cento em 2015, contribuindo para a contração de 3,8 por cento do Produto Interno Bruto brasileiro no ano passado.
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