quinta-feira, 17 de março de 2016

Temer vê 'afronta' na nomeação de Lopes e não vai à posse de Lula Deputado do PMDB contrariou decisão partidária e aceitou convite de Dilma. No sábado, partido proibiu filiados de aceitar cargos no governo federal. Filipe Matoso, Laís Alegretti e Nathalia Passarinho Do G1, em Brasília

O vice-presidente da República, Michel Temer, se recusou a comparecer nesta quinta-feira (17) à cerimônia de posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como novo ministro da Casa Civil por ter considerado uma "afronta" a nomeação do deputado peemedebista Mauro Lopes para a chefia da Secretaria de Aviação Civil, informou a assessoria da Vice-Presidência.
O parlamentar peemedebista foi empossado para o comando da Aviação Civil na mesma cerimônia na qual Lula assumiu a Casa Civil. No evento, também tomou posse o novo ministro da Justiça, Eugênio Aragão.
Ao G1, integrantes da cúpula do PMDBafirmaram que devem avaliar a situação de Mauro Lopes nesta sexta (18). É possível que o novo ministro da Aviação Civil seja submetido à comissão de ética do partido e, no limite, ele pode ser expulso da sigla por descumprir uma decisão partidária.
No último sábado (12), a convenção nacional do PMDB aprovou moção na qual ficou determinado que, nos 30 dias seguintes, nenhum integrante do partido poderia assumir cargo no governo, sob o risco de ser expulso da legenda.
No mesmo evento partidário, Temer foireconduzido à presidência nacional do PMDB pelos próximos dois anos.
Segundo assessores de Temer, o vice-presidente se reuniu com Mauro Lopes na última terça (15) e, no encontro, haviam acertado que o deputado não assumiria o cargo no primeiro escalão.
G1 procurou a assessoria de Mauro Lopes, mas até a última atualização desta reportagem não havia obtido resposta.
Ao colunista do G1 e da GloboNews Gérson Camarotti, Mauro Lopes disse que não teme retaliação por parte do comando do PMDB por ter aceito o convite de Dilma (assista ao vídeo abaixo).
“Não tenho qualquer temor de retaliação, até porque fui convidado para assumir esse cargo antes da convenção do PMDB, portanto antes da moção”, afirmou o novo ministro, em uma referência à moção que proíbe os peemedebistas de assumirem cargo no governo por 30 dias.

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