"Vergonha" e "Duro golpe para um líder impopular". Confira o que disseram os principais jornais internacionais sobre a denúncia por corrupção da Procuradoria-Geral da União contra o presidente do Brasil, Michel Temer
A denúncia por corrupção passiva da Procuradoria-Geral da União contra o presidente do Brasil, Michel Temer, ganhou destaque nos jornais internacionais, que ressaltaram a longa crise política que se arrasta no Brasil.
O francês Le Monde destacou nesta terça-feira (27/06) que, horas antes da denúncia do procurador-geral Rodrigo Janot, “Michel Temer parecia falar à Justiça” ao fazer um discurso afirmando que “nada nos destruirá“.
“Segunda-feira, 26 de junho, o presidente entrou na história do Brasil como o primeiro chefe de Estado em exercício a ser denunciado por um crime comum. Uma vergonha que poderá causar sua destituição menos de um ano depois de sua antecessora, a ex-presidente Dilma Rousseff“, escreve o jornal.
O italiano La Repubblica destacou em sua capa que o peemedebista foi “formalmente acusado de corrupção“. “Absolvido há apenas duas semanas da acusação de ter recebido contribuições ilegais durante a campanha eleitoral de 2014, quando se candidatou com Rousseff para guiar o país, ele foi formalmente acusado de corrupção passiva, com o agravante de suas funções de ‘presidente da República’“.
Já o jornal The Guardian explicou aos leitores britânicos o caso em que o presidente é acusado e a delação feita por Joesley Batista, dono da JBS, e afirmou que esse é um “duro golpe para um líder impopular e para a estabilidade política do maior país da América Latina“.
O espanhol El País começa seu texto lembrando que Temer é o primeiro presidente “da história do Brasil a ser denunciado formalmente” por crimes de corrupção.
“Nem os dois mandatários do país que nos últimos 25 anos sofreram processos de destituição, Fernando Collor de Melo em 1992 e Dilma Rousseff em 2016, tinham passado por uma situação igual“, escreveu o periódico.
Nos Estados Unidos, o The New York Times destacou a acusação da Procuradoria-Geral e lembrou que a decisão “vem dias após uma pesquisa mostrar que sua aprovação é de 7% – a menor de qualquer outro presidente nos últimos 30 anos“.
Agência ANSA
Por Aguiasemrumo:
Romulo Sanches de Oliveira
O TSE perdoa Temer:
Cinco grandes lições de como funciona o Brasil
TSE perdoa Temer:
Cinco grandes lições de como funciona o Brasil
Para quem acompanha a
política nacional, esta sexta (9) foi um dia bem instrutivo.
Foram, ao menos,
cinco grandes lições de como o país funciona:
1) A justiça não é
cega – O Tribunal Superior Eleitoral contrariou o relator Herman
Benjamin
(https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2017/06/09/relator-vecaixa-2-e-pede-cassacao-da-chapa-dilma-temer.htm)
e absolveu a campanha
de
Dilma Rousseff e
Michel Temer de crime eleitoral por 4 votos a 3. Isso garantiu uma
sobrevida ao governo
de Temer. Para isso, foi ignorada farta quantidade de provas
e evidências
apresentadas, mostrando que PT e PMDB se beneficiaram de caixa 2
na eleição de 2014. A
vitória só foi possível graças à atuação
constrangedora de
Gilmar Mendes, amigo pessoal de Temer, que acumulou as
funções de presidente
da corte e advogado de defesa. Aviso: quem disser a
frase ''Se Dilma
Rousseff fosse a presidente, a decisão teria sido outra'', corre o
risco de ser
processado pelo digníssimo.
2) Vida de jornalista
vale pouco – Durante a sessão do julgamento desta sexta, o
ministro do TSE
Napoleão Maia confessou seu desejo de decapitar ou degolar
(https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2017/06/09/apos-filho-serbarrado-no-tse-ministro-desabafa-em-plenario-e-faz-gesto-da-ira-do-profeta.htm)
Jornalistas. Por
conta de uma denúncia veiculada – de que delatores da JBS haviam
envolvido seu nome em
um caso de tráfico de influência – Maia desejou que
''desabe a ira do
profeta'' sobre os profissionais de imprensa envolvidos. Ele, que é
cristão, apelou a
Maomé – demonstrando o melhor do sincretismo religioso
tupiniquim. E
enquanto falava da ira, simulou o gesto de uma lâmina cortando a
própria garganta.
3) O cinismo político
não tem limites – Temer, talvez sentindo-se revigorado pelo
vento favorável que
soprava do TSE, devolveu em branco as 82 perguntas que a
Polícia Federal fez a
ele
(https://noticias.uol.com.br/politica/ultimasnoticias/2017/06/09/temer-nao-responde-perguntas-da-pf-e-pede-arquivamento-deinquerito-no-stf.htm)
no inquérito sobre
suspeita de seu envolvimento em corrupção,
organização criminosa
e obstrução de Justiça. Ele já havia pedido uma extensão de
prazo para enviar as
respostas. Agora, afirmando que as questões se desviaram do
tema, solicitou
arquivamento do inquérito. Em sua petição, seus advogados
reclamaram que ele é
''alvo de um rol de abusos e agressões aos seus direitos
individuais e à sua
condição de mandatário da nação''.
4) Ética não pode
prejudicar negócios – Reportagem da BBC, publicada nesta
sexta
(https://economia.uol.com.br/noticias/bbc/2017/06/09/com-ou-sem-temerpara-mercado-o-que-interessa-e-aprovacao-das-reformas.htm),
mostra o que pensa
o mercado sobre
Temer. ''Quem é o presidente do país fica em segundo plano'',
afirmou um
empresário. ''Como pessoa física, está todo mundo enojado'', explicou
um segundo. ''Se
vamos prender todo mundo, não sobra ninguém'', ponderou um
terceiro. ''Atrapalhou
muito, foi decepcionante'', avaliou um quarto. ''Quem vai
conquistar apoio não
é ele, são as reformas propriamente ditas. Passadas as
medidas, vamos ver se
os outros seguirão apoiando um presidente não legítimo'',
2017610 TSE perdoa
Temer: Cinco grandes lições de como funciona o Brasil Cotidiano Cotidiano
https://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2017/06/09/tseperdoatemercincograndeslicoesdecomofuncionaobrasil/
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cravou um quinto. O
mercado, na verdade, professa a crença da imortalidade das
reformas: se Temer
voltar ao pó, elas reencarnarão no corpo de outra pessoa.
Como Rodrigo Maia,
Tasso Jereissati, Cármen Lúcia, Fernando Henrique, Nelson
Jobim, Henrique
Meirelles ou o próprio Gilmar Mendes.
5) O Congresso vive
em um universo paralelo – O mesmo forno a lenha.
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