Tiggo 5, da Chery, foi exibido no Salão do Automóvel de São Paulo em 2014 (Foto: Alan Morici/G1)
A montadora de origem chinesa informou ainda que produzirá em Jacareí (SP) também o SUV Tiggo 5, no segundo semestre de 2016, completando o plano de
investimento de US$ 100 milhões na fábrica.
Ele conviverá com o Tiggo 3, um pouco menor, importado atualmente para o país. Esse modelo passará a ser nacional e ganhará uma reestilização no fim do ano que vem ou começo de 2017, adotando a frente atualizada da "família Tiggo".
Um terceiro integrante, o Tiggo 1, feito a partir da plataforma do
Celer e, por isso, o menorzinho da "família", deverá começar a ser produzido no país em 2017. Ele deve concorrer com "aventureiros" compactos, além do conterrâneo Jac T3.
Parte deles, 1 mil, deverá ser exportada para países da América do Sul. A montadora pretende levar o QQ e o Celer para Argentina, Uruguai, Colombia e Peru - a Chery diz negociar ainda com a Venezuela.Produção maiorEm 2016, a
Chery estima que quase dobrará a produção no Brasil em relação a este ano, para até 10 mil unidades, diz o vice-presidente, Luis Curi.
Segundo a marca, a América do Sul representa um quarto do total de exportações da marca. Ela só perde, em volume, para Oriente Médio e Leste Asiático. Ainda de acordo com dados da marca, a participação em mercados como Peru e Chile, é de mais de 1%.
Novo Chery QQ (Foto: Divulgação)
Balanço2015 marcou o início da produção no Brasil, a primeira fábrica da Chery fora da China, com o Celer hatch e Sedan. Não se trata apenas da montagem dos veículos: a produção em
Jacareí tem praticamente todas as etapas: apenas o corte das chapas (estamparia) não é feito lá. A produção de motores também foi iniciada recentemente, dentro da planta.
Porém, a montadora enfrentou
1 mês de greve, em abril, além de ter entrado em
férias coletivasem agosto. A produção também parou por conta de um raio que atingiu a caixa de força da fábrica. Ao todo, calcula Curi, só trabalharam por 6 meses. "Não foi o ano que gostaríamos, mas temos a certeza de que iremos continuar", afirmou.
A Chery promete que, no ano que vem, cederá um Celer para o
Latin NCap testar. O órgão avalia, de forma independente, a segurança de carros à venda na América Latina e nunca um projeto chinês produzido no Brasil foi testado.
Chery Tiggo 3 reestilizado (Foto: Divulgação)
Estabilidade
Se o começo não foi da maneira esperada, a marca espera, a passos menores, mas estáveis, crescer no mercado brasileiro. "Se soubéssemos que a situação fosse se complicar, o ritmo das obras teria sido mais lento", comentou Curi.
Com isso, a partir de 2017, quando o
Tiggo 3 virar nacional, a marca não importará mais veículos da China. Existe ainda, a possibilidade do desenvolvimento de um modelo voltado para o mercado Sul-Americano, ainda sem segmento revelado.
"Vamos com passos mais lentos, para que, em 5 ou 6 anos, tenhamos entre 3% e 4% de participação do mercado", afirmou o vice-presidente. Atualmente, ela tem 0,25%, mas já chegou a ter cerca de 1%, antes da sobretaxação para veículos importados. "Levamos uma "rasteira", dormindo com IPI de 11% e acordando com 41% de taxa", lamentou.
Parte da estratégia de crescimento sustentável envolve a rede. Dos 71 concessionários, agora restam 58. Para 2016, o objetivo é inaugurar duas lojas, e consolidar uma rede de 60 pontos de venda.
Polo tecnológico
Além da fábrica, a Chery também tem planejado, na região de Jacareí, a criação de um polo tecnológico. Porém, com a situação econômica do país, os planos também tiveram a velocidade revista. Mesmo assim, há conversas com fornecedores.
De acordo com a montadora, serão 25 fornecedores nos arredores. Destas, 20 devem ser chinesas. "Pelo menos oito empresas já estão em conversas com a prefeitura de Jacareí", disse Curi.
VEJA A NOVA GERAÇÃO DO CHERY QQ, NO SALÃO DE 2014