quinta-feira, 10 de março de 2016

Policial faz 'vaquinha' por tratamento de cão com câncer resgatado no DF Lucy foi encontrada desnutrida, com carrapatos e tumores nas mamas. Tratamento está estimado em R$ 1 mil; ele já arrecadou R$ 650. Jéssica Nascimento Do G1 DF

A cadela Lucy foi resgatada nas ruas de Taguatinga, no Distrito Federal (Foto:  Victor Dutra Bomfim/Arquivo Pessoal)A cadela Lucy foi resgatada nas ruas de Taguatinga, no Distrito Federal (Foto: Victor Dutra Bomfim/Arquivo Pessoal)
Um soldado da Polícia Militar do Distrito Federal está fazendo uma "vaquinha" online para pagar o tratamento de uma cadela com câncer resgatada em frente ao Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças, em Taguatinga Norte. A vira-lata Lucy foi encontrada na última quarta-feira (2) com carrapatos, sintomas de desnutrição e tumores nas mamas.
"Foi meu primeiro resgate. Fiquei encantado com a Lucy. Ela é dócil, muito quietinha. Não dava para deixá-la abandonada nas ruas. Ela estava desidratada, não tinha forças para andar", conta.O policial Victor Dutra Bomfim, de 25 anos, trabalha no 6º Batalhão de Polícia Militar da Esplanada dos Ministérios. Apaixonado por animais, ele diz que não hesitou em resgatar e levar a cadela imediatamente ao veterinário.
A cadela passou por uma série de exames em uma clínica veterinária de Taguatinga, onde está internada. O tratamento custou R$ 1 mil. Segundo o policial, cerca de R$ 650 já foram arrecadados entre amigos de trabalho e familiares.
Ela é dócil, muito quietinha. Não dava para deixá-la abandonada nas ruas. Ela estava desidratada, não tinha forças para andar"
Victor Dutra Bomfim,
policial militar
"Não fechei um valor de doação porque ainda não sabemos quanto o tratamento irá custar. O veterinário, graças a Deus, está colaborando, fazendo descontos. Ele também suspeita de que Lucy tenha um TVT [tumor venéreo transmissível]."
Bonfim afirma que não pode adotar Lucy por motivos financeiros, já que possui uma outra cadela, da raça Dachshund, e mora em um apartamento. Porém, ele diz que irá acompanhar o animal também no processo de doação.
"Estou muito apegado com ela. Foi uma coincidência, sabia? Eu estava fazendo um curso na Cepaf [centro de aperfeiçoamento de praças] e ela estava entre os materiais de construção. Quando vou visitá-la no veterinário, por exemplo, ela [cadela] chora quando tenho que ir embora. O próprio médico disse que, apesar do estado crítico de saúde, ele não faria a eutanásia. Ela é muito forte, quer viver", acredita o policial.
A divulgação da "vaquinha" online está sendo feita nas redes sociais e por meio do aplicativo WhatsApp. O policial pede que as doações sejam feitas por depósito, no valor de R$ 10.
Mensagem enviada via WhatsApp para amigos e familiares do policial Bomfim (Foto: Victor Dutra Bomfim/Arquivo Pessoal)Mensagem enviada via WhatsApp para amigos e familiares do policial Bomfim (Foto: Victor Dutra Bomfim/Arquivo Pessoal)
Caso semelhante
Voluntários do Distrito Federal criaram uma campanha na internet para encontrar uma família que adote o cachorro da raça chow-chow "Leão", de 5 anos. O animal foi abandonado e ficou paraplégico após sofrer maus-tratos. Ele foi encontrado em outubro do ano passado pela publicitária Carolina Morais, de 32 anos, na via Estrutural, com feridas e lesões pelo corpo. Para estimular a adoção, um ensaio fotográfico com o pet e o cadeirante Pedro Nunes foi realizado no Parque da Cidade.
Leão passou por cinco cirurgias e atualmente faz sessões semanais de fisioterapia. O tratamento, que já está em R$ 14 mil, é pago com a ajuda de rifas, vaquinhas e "paciência" dos veterinários de um hospital para pets no Setor Policial Sul.
Policial Victor Bomfim e a cadela Cacau, da raça Dachshund (Foto: Victor Dutra Bomfim/Arquivo Pessoal)Policial Victor Bomfim e a cadela Cacau
(Foto: Victor Dutra Bomfim/Arquivo Pessoal)
O ensaio de Leão conquistou 400 compartilhamentos e 370 curtidas em rede social 24 horas depois de publicado. A fotógrafa Aline Caron, de 31 anos, foi quem clicou o pet e o cadeirante Pedro Henrique Nunes, de 22 anos. Ela é dona do projeto "Estrelas Tortas", que estimula a doação de animais carentes de Brasília.
Segundo Aline, todo ensaio é especial e emocionante. Entretanto, o de Leão foi particulamente diferente. "Minha intenção é tentar comover as pessoas por meio das fotos para que ajudem. Acho que o ensaio do Leão mexeu comigo porque tentei refletir a beleza única dos dois. Mas fiquei realmente emocionada com a disposição e atitude do Pedro em participar."

Nenhum comentário:

Postar um comentário