quinta-feira, 3 de março de 2016

Novo secretário de Saúde terá como missão melhorar a atenção básica Incrementar os índices do setor é um dos objetivos do médico e bacharel em direito Humberto Fonseca, que assume a secretaria também com o desafio de enfrentar a questão das organizações sociais. Na primeira coletiva, ele teve que explicar conta na Suíça


 postado em 03/03/2016 06:43
 Helena Mader
Em meio à explosão dos casos de dengue, de uma crise grave no setor de cardiologia e de questionamentos sobre licitações, o governador Rodrigo Rollemberg anunciou ontem a troca de comando da saúde. A área mais sensível do GDF terá uma nova gestão: o médico Humberto Lucena Pereira da Fonseca vai assumir a pasta, com a meta de melhorar os baixos índices de cobertura da atenção primária e a missão de driblar os obstáculos para a contratação de organizações sociais. Ele será o terceiro titular da pasta em apenas 14 meses. Aos 38 anos, Humberto não tem nenhuma experiência na gestão da saúde, mas fez residência em medicina da família, o que trouxe ao paulista uma vivência dos problemas mais graves da rede. Fábio Gondim alegou “motivos pessoais” para deixar a secretaria.


Breno Fortes/CB/D.A Press
"Como estudou aqui e fez residência médica no Hospital de Sobradinho, ele (Humberto Fonseca) conhece a rede e sabe que a ampliação da atenção primária é prioridade do governo" Rodrigo Rollemberg (PSB), governador do DF

Fonseca é consultor do Senado e estava como diretor-geral adjunto de Contratações da Casa. Além de médico, ele é bacharel em direito e atuou como procurador do Banco Central. Ontem de manhã, durante o anúncio da nomeação, o governador Rodrigo Rollemberg destacou o fato de Humberto ter se formado na Escola Superior de Ciências da Saúde, vinculada ao GDF. “Como estudou aqui e fez residência médica no Hospital de Sobradinho, ele conhece a rede e sabe que a ampliação da atenção primária é prioridade do governo”, justificou o socialista. O governador disse que o novo secretário dará continuidade a programas desenvolvidos pela gestão anterior, como a regionalização da saúde e a revisão da estrutura administrativa. A secretária adjunta de Saúde, Eliene Ancelmo Berg, continua no cargo.

Rollemberg acena com mais mudanças, para dar um perfil político à gestão
Durante a entrevista coletiva, Humberto disse que, quando decidiu estudar medicina, já era consultor do Senado Federal, um dos cargos públicos mais cobiçados. “Eu sentia que poderia contribuir com a sociedade. Atender bem as pessoas seria a melhor forma de fazer isso. Participei da criação do programa de residência em cuidados paliativos e fui para o Hospital de Base tocar essa área”, comenta o novo secretário.

Além de detalhar o extenso currículo, Humberto teve também que dar explicações. Há um ano, ainda na diretoria-geral adjunta do Senado, ele foi alvo de denúncias por supostamente manter contas secretas no exterior. Na época, a imprensa investigava o escândalo do Swiss Leaks, que revelou personalidades com dinheiro em contas ocultas na Suíça. Humberto garantiu que nunca foi beneficiário ou titular de contas no exterior, mas reconheceu que o pai, o empresário mineiro Florisnaldo Hermínio, mantém negócios e recursos fora do Brasil. “Devo ter sido cadastrado pelo banco como herdeiro, para facilitar uma possível sucessão. Nunca tive atividade privada: sou concursado do Senado desde 2002”, explicou.

Gestão
O novo secretário sabe que terá dificuldades para obter melhorias na rede pública diante do caos financeiro do governo, mas garantiu que será possível implantar mudanças. “Essas melhorias dependem de um planejamento baseado em informações. É evidente que estamos em um cenário de crise. Com a restrição orçamentária, temos que alocar os recursos disponíveis da melhor forma possível”, explicou Humberto.

Os desafios

O que Humberto Fonseca terá que resolver no comando da pasta

» Aumentar a cobertura da atenção básica
» Priorizar contratos regulares em detrimento aos emergenciais
» Diminuir o deficit de servidores
» Melhorar o clima organizacional entre os profissionais
» Modernizar equipamentos e estruturas
» Dar celeridade à descentralização da gestão da saúde
» Lidar com a questão das Organizações de Saúde
» Solucionar o baixo orçamento que a pasta tem para este ano
» Saldar as dívidas de 2014/2015 e negociar com fornecedores
» Acabar com a falta de insumos


R$ 6,2 bilhões
Orçamento da pasta para 2015, sendo que dois terços do valor vão para pagamento de pessoal 

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