DE PAI PARA FILHO
DELATOR CITA GOVERNADOR DE ALAGOAS COMO BENEFICIÁRIO DE PROPINA
Publicado: 23 de maio de 2017 às 01:09 - Atualizado às 01:19
DELATOR DA JBS EXPÕE CONTABILIDADE DA PROPINA REPARTIDA COM SENADORES DENTRO DA CASA DE RENAN CALHEIROS EM BRASÍLIA (FOTO: FACEBOOK)
No mês seguinte à abertura de seus dois primeiros inquéritos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB), voltou a ser inserido no enredo das delações da Operação Lava Jato. Com R$ 1,3 milhão doados pela JBS, registrados na prestação de contas oficial de sua campanha de 2014, Renan Filho foi citado pelo diretor da empresa, Ricardo Saud, como destinatário final de parte do montante de quase R$ 10 milhões em propina enviada através do delator ao senador Renan Calheiros (PMDB-AL).
Segundo Saud, R$ 1 milhão dos R$ 9,9 milhões pagos ao senador alagoano teriam o objetivo de eleger “Renanzinho” governador de Alagoas. O restante, seria para comprar a eleição de Renan para a presidência do Senado.
“Renan Calheiros: 9 milhões e 900 [mil]. É, 1 milhão, que eu entendo também que o Renan usou parte desse dinheiro para preparar já sua eleição para a presidência do Senado. E parte desse dinheiro para eleger o seu filho Renanzinho, em Alagoas. Um milhão para o PMDB de Alagoas, carimbado para o Renan Filho. Aí vem 300 mil para o PMDB de Sergipe, por ordem de Renan Calheiros; 500 mil para o PMDB do Amapá, por ordem de Renan; 455 para o PMDB nacional, carimbado para o Renan; 500 mil para o PTB da Paraíba, por ordem de Renan; 300 mil para o PT do B nacional, por ordem do Renan”, delatou Ricardo Saud.
Assista:
O diretor da JBS disse que parte do dinheiro foi entregue no apartamento do senador em Alagoas, certamente em Maceió, na Ponta Verde. E outra parte foi enviada à sede do PMDB de Alagoas, que fica na Jatiúca.
Saud também afirmou que frequentava a casa do então presidente do Senado, para definir a operacionalização da partilha da propina.
Ao responder à reportagem do Jornal Nacional, da Rede Globo, Renan Calheiros, considerou a delação de Saud “fantasiosa”. E disse que o fato de o delator ter frequentado sua casa não significaria que o senador tenha qualquer relação com atos criminosos. Ao JN, Renan disse ainda que Ricardo Saud ou qualquer outro delator jamais falaria com ele sobre propina ou caixa dois.
O governador Renan Filho não vai se pronunciar a respeito da delação, segundo sua assessoria de imprensa.
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