Em ano de eleição, deputados têm evitado votar temas polêmicos. Nos três primeiros meses de trabalho, parlamentares não analisaram pauta econômica; PECs estão paradas.
Por Alessandra Modzeleski e Fernanda Calgaro, G1, Brasília
Plenário da Câmara dos Deputados no último dia 2 (Foto: Luiz Macedo / Câmara dos Deputados)
Dos 49 projetos aprovados neste ano pelos deputados, 28 são decretos referentes a acordos de cooperação entre o Brasil e outros países, segundo dados disponíveis no site da Câmara.
Propostas que geram menos discussão, causam menos polêmica entre os parlamentares e são votadas mais rapidamente, esses decretos são aprovados no Congresso somente para ratificar os acordos.
Esse tipo de projeto costuma ser votado de maneira simbólica (sem contagem de votos), às quintas-feiras, dia em que o plenário fica esvaziado porque deputados registram presença logo pela manhã e viajam para os respectivos estados.
Em ano de eleição, os decretos passaram a representar a maioria das propostas aprovadas na Câmara porque os deputados têm evitado votar temas polêmicos e sem consenso no plenário.
Tradicionalmente, a produtividade dos parlamentares cai em ano de eleição, uma vez que os deputados dedicam grande parte dos esforços à formação de alianças para as campanhas políticas.
Diante disso, líderes partidários ouvidos pelo G1 avaliam que, neste ano, até mesmo propostas de consenso não avançarão.
Além das eleições, os deputados apontam outros fatores para travar os projetos: intervenção na segurança pública do Rio de Janeiro; enfraquecimento da base aliada ao governo; janela partidária; e obstrução política da oposição contra a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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