- 18/04/2018
Sergio Moro citou o enredo de O Poderoso Chefão para explicar a corrupção no Brasil. Em fala para estudantes, advogados, procuradores e juízes na Universidade de Harvard, nos EUA.
Sergio Moro mencionou o personagem, quando relatava os casos de corrupção entre políticos e grandes empresários.
“Nem sempre é possível identificar um ato específico do agente público para caracterizar o crime, embora ele esteja acontecendo.”
“Na primeira cena de O Poderoso Chefão, Don Corleone recebe um homem, Bonasera. Que veio pedir ajuda do poderoso chefão porque sua filha apanhou do namorado e de um amigo.
Bonasera foi lá pedir ajuda do poderoso chefão para que ele mandasse homens para bater nos dois”.
“Depois de algum drama, o poderoso chefão concorda em ajudar, sem matar os homens, como Bonasera queria, mas mandando pessoas baterem neles.
Bonasera pergunta no fim da cena o que don Corleone quer em troca, e o Poderoso Chefão dá uma resposta interessante.
Ele disse: ‘Não quero nada agora, mas um dia, talvez um dia, eu vá te pedir algo e então precisarei que você retorne o favor”.
A metáfora cinematográfica, servia para mostrar que, “nos esquemas de corrupção sistêmica, não necessariamente você vai encontrar uma troca especifica, ‘isso por aquilo’.”
Segundo a tese de Sergio Moro, episódios envolvendo agentes públicos podem revelar sistemas corruptos, mesmo que não haja trocas imediatas. E citou a Petrobras.
“Em alguns casos, réus confessos, quando se pergunta a eles porque pagaram ou receberam a propina, às vezes eles dizem que esta era a regra do jogo”. “‘O que você recebeu em troca?'”, repetiu o juiz. “E às vezes nos deram essa resposta estranha: ‘Paguei porque era essa a regra do jogo, para ter uma boa relação com os executivos da Petrobras”.
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Por Aguiasemrumo:
Romulo Sanches de Oliveira
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