CAIO BARBIERI
06/02/2018 16:45 , ATUALIZADO EM 06/02/2018 16:56
Um dos braços direitos e genro de Oscar Niemeyer, o arquiteto Carlos Magalhães da Silveira (na foto, à direita) mostrou-se indignado nesta terça-feira (6/2) com o que chamou de descaso dos governantes com Brasília. Magalhães chefiou a equipe técnica de profissionais que projetaram os importantes monumentos da capital do país e revelou-se enfurecido quando recebeu a notícia da queda de um viaduto localizado no Eixão Sul, rota importante para o trânsito no centro da cidade.
Em conversa com o Metrópoles, o ex-número um de Niemeyer elevou o tom das críticas e as direcionou ao atual governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB). “Soube que esse governador, Rollemberg, o Luduvice [diretor do Departamento de Estradas de Rodagem] e o cara da Caesb são aparentados. Se forem, além do sangue, têm também o mesmo nível de incompetência. Ninguém faz nada, só querem aparecer gravando conversa fiada. Não fazem nada pela cidade”, disparou.
Pioneiro da cidade e responsável direto pelas obras da Catedral Metropolitana de Brasília, Carlos Magalhães faz um alerta sobre outros pontos de Brasília que sofrem com a falta de manutenção. “A plataforma da Rodoviária do Plano Piloto está em péssimo estado de conservação. Se estiver ruim, como eu penso, pode acontecer o pior lá. Não quero fazer nenhum prenúncio, mas está tudo caindo aos pedaços e não tem ninguém para sequer olhar. Esse governador vai deixar Brasília acabar e ficará olhando de longe”, atacou.
Ao ser consultado sobre o tipo de ações que poderiam ser feitas a partir de agora pelo governo, o arquiteto foi objetivo: “Inúmeras vezes pedimos que ele [Rollemberg] pintasse da cor original a base da Torre de TV. Uma coisa simples, uma pintura e nada foi feito. Imagina só esperar de um cara desse alguma atitude? Falta cuidado, falta um acompanhamento. Falta tudo para Brasília. Esse governo não faz nada e sobrou pouca gente séria na cidade. Esse governador e esse Luduvice são dois grandes idiotas”, hostilizou.
Fadiga dos metais
Presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal (IHG-DF), Vera Ramos também é uma defensora da cidade. Segundo ela, o problema da falta de carinho com Brasília é antigo. “Para se preservar um patrimônio histórico, é preciso conservar e fazer a manutenção regular. Isso precisa ocorrer de mãos dadas. E nenhum governo até hoje apresentou rotina sistemática de conservação e manutenção para preservar esse nosso grande patrimônio”, disse.
Presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal (IHG-DF), Vera Ramos também é uma defensora da cidade. Segundo ela, o problema da falta de carinho com Brasília é antigo. “Para se preservar um patrimônio histórico, é preciso conservar e fazer a manutenção regular. Isso precisa ocorrer de mãos dadas. E nenhum governo até hoje apresentou rotina sistemática de conservação e manutenção para preservar esse nosso grande patrimônio”, disse.
Para o jornalista e historiador de Brasília Silvestre Gorgulho, o tombamento da cidade precisa estar na pauta da campanha eleitoral deste ano, a nível distrital e federal. “O próximo candidato a governador e a presidente têm de sentar para fazer um projeto em prol de Brasília, que está prestes a completar 60 anos de inauguração. Existem projetos importantes para a cidade e, se não houver um trabalho em conjunto, nossa cidade sucumbirá. A fadiga dos metais já chegou”.
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