Um exame aplicado pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) aos alunos recém-formados trouxe resultados alarmantes: 35,4% dos 2.636 participantes da prova não acertaram a nota mínima exigida. A instituição indica que muitos dos novos médicos não souberam interpretar exames corretamente para diagnosticar e tratar diretamente casos considerados básicos de problemas de saúde frequentes. Quase 9 em cada dez alunos (88%) erraram, por exemplo, ao interpretar o resultado de um exame de mamografia.
Cerca de 78% dos recém-formados não acertaram no diagnóstico laboratorial de diabetes mellitus e 75% não conseguiram identificar a conduta correta para um paciente com hemorragia. 60% apresentaram pouco conhecimento sobre doenças parasitárias, como esquistossomose e leishmaniose, ignorando informações como formas de contaminação e veiculação e 54% não conseguiram avaliar o comportamento da frequência cardíaca e pressão arterial durante a gravidez.
“Essa é uma prova de dificuldade média para fácil. Se o médico não sabe fazer um diagnóstico de diabete e câncer de mama, que estão na rotina, é muito complicado. Temos discutido com as escolas de Medicina, que vão receber o resultado”, explica Bráulio Luna Filho, primeiro secretário do Cremesp e coordenador do exame.
O secretário destaca que o Cremesp vai propor um curso de reciclagem do conhecimento médico para proteger a população. “Um indivíduo que não sabe dessas coisas não exerce a Medicina em países como Estados Unidos, Canadá e Portugal”, conta.
Prova
De acordo com a entidade, o exame de 2017 foi o primeiro em dez anos a aprovar mais da metade dos recém-formados em escolas médicas do Estado de São Paulo. O exame foi aplicado em 22 de outubro de 2017 e abrangeu as áreas de clínica médica, clínica cirúrgica, pediatria, ginecologia, obstetrícia, saúde pública, epidemiologia, saúde mental, bioética e ciências básicas. Para ser aprovado, o candidato deveria acertar pelo menos 72 das 120 questões.
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