terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

O que faz o PSB querer ficar fora da disputa presidencial






Eduardo Campos, Beto Albuquerque, Joaquim Barbosa: o espólio de 2014 e a disputa pela Presidência e poder embaralham o PSB nas eleições de 2018.
© Montagem/WikiCommons/Facebook/STFEduardo Campos, Beto Albuquerque, Joaquim Barbosa: o espólio de 2014 e a disputa pela Presidência e poder embaralham o PSB nas eleições de 2018.


Embora o líder do PSB na Câmara dos Deputados, Julio Delgado (MG), e o presidente do partido, Carlos Siqueira, estejam conversando com o ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa para lançá-lo candidato à Presidência da República, há grandes chances de o PSB ficar fora da corrida pelo Palácio do Planalto.
Isto porque não é consenso entre a legenda o interesse em concorrer à Presidência. Há ao menos outras duas vertentes dentro do partido sobre as possibilidades para as eleições. Uma delas leva em conta o cenário de São Paulo e a outra - com maior aderência - considera o plano macro do País.
Caciques do partido defendem que é mais vantajoso ficar independente no plano nacional para fazer alianças regionais. A análise interna é de que, com isso, o partido terá maior possibilidade de crescer. O PSB planeja ter candidatos para o governo em ao menos 10 estados.

Alianças do PSB

A independência da corrida presidencial daria ao partido a possibilidade de posicionamentos inusitados, como a união com o PT em Pernambuco, e com o PSDB em São Paulo. No caso de Pernambuco, há uma aproximação entre o governador pessebista Paulo Câmara e petistas.
A aliança no estado pode beneficiar os dois partidos. Além de ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter grande potencial de puxar votos no estado, o PT poderia compor uma chapa para tentar reeleger o senador Humberto Costa (PT-PE).
O contraste na legenda é visto ao se comparar com São Paulo, estado onde o possível aliado do PSB é o PSDB e há outro cenário conflituoso para 2018. Um acordo feito entre Márcio França (PSB), vice-governador de São Paulo, e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) ainda embaralha as cartas para as eleições presidenciais.
Quando a chapa foi composta, em 2014, Alckmin prometeu apoiar França para o governo nestas eleições e o pessebista também assegurou apoio à ambição presidencial do governador. Apesar do esforço de tucanos para lançar um candidato próprio ao Palácio dos Bandeirantes, o próprio governador de São Paulo tem sido delicado para tratar do assunto e não rompeu com França.
Embora seja considerada uma tarefa praticamente impossível, caso o PSDB feche apoio a França em São Paulo, também estará no jogo da negociação o apoio do partido à candidatura de Alckmin.

Jogo em aberto

Para completar o embaralho das cartas, o ex-deputado Beto Albuquerque, que foi candidato à vice de Marina Silva em 2014, apresentou interesse em ser o candidato do partido para disputar a Presidência. Em texto escrito ao partido, ele é enfático na defesa de candidatura própria: "Nada justificará a ausência e omissão do PSB neste processo eleitoral".
Na eleição anterior, o ex-deputado formou a chapa com Marina, após a morte do pessebista Eduardo Campos. Na última pesquisa antes de morrer, Campos somou 9,2% dos votos. A chapa de Albuquerque, encabeçada por Marina, ficou em terceiro lugar no primeiro turno com 21% dos votos válidos.

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