quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

" LE MONDE: BRASIL É UMA DEMOCRACIA EM DECADÊNCIA"





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LE MONDE: BRASIL É UMA DEMOCRACIA EM DECADÊNCIA

Este é o título do editorial que o Le Monde dedica neste sábado.

O principal jornal francês diz em editorial que a condenação de Lula é um novo capítulo da caótica história política do país desde o impeachment da presidente Dilma Rousseff, em 2016; "A desgraça de Lula mostra um espetáculo lamentável de um velho mundo político em decadência", diz o jornal; há alguns meses das eleições, resume o jornal, o Brasil mostra a imagem de uma sociedade de castas, onde os dirigentes não obedecem às mesmas leis que os miseráveis, o que é indigno e perigoso para a maior democracia da América Latina.

"Sociedade de castas"

Ao mesmo tempo, ressalta o jornal, o mal-estar no país cresce desde o impeachment da presidente Dilma Rousseff. A saída da presidente, diz o Le Monde, não serviu "à causa ética prometida pela operação anti-corrupção Lava Jato", muito pelo contrário. Para o jornal, "a desgraça de Lula mostra um espetáculo lamentável de um velho mundo político em decadência".

O Le Monde lembra que, no mesmo momento em que os juízes pronunciavam a sentença contra Lula, o presidente Michel Temer, acusado de corrupção passiva, obstrução à Justiça, e participação em organização criminosa, participava da Cúpula de Davos, tentando dar um ar de normalidade à sua gestão.

"Até agora, o chefe de estado conseguiu suspender os processos na Justiça que o visam negociando favores com parlamentares que também são alvo do Judiciário", diz o texto, lembrando que pelo menos 45 dos 81 senadores foram indiciados por crimes variados. "Lava-Jato só traz à tona práticas bem anteriores a Lula", ressalta o Le Monde.

O jornal lembra que os escândalos de corrupção no país são dignos de um filme de segunda categoria, e que a imunidade parlamentar é instrumentalizada com um "grande cinismo". Há alguns meses das eleições, resume o jornal, o Brasil mostra a imagem de uma sociedade de castas, onde os dirigentes não obedecem às mesmas leis que os miseráveis, o que é indigno e perigoso para a maior democracia da América Latina.

http://mobile.lemonde.fr/idees/article/2018/01/27/deliquescence-de-la-democratie-
bresilienne_5248067_3232.html



No Brasil, uma democracia em declínio

EDITORIAL
Editorial. Os escândalos, misturando casos de dinheiro sujos e negociações no porão, se sucederam no poder do ponto de vista dos deslumbrantes brasileiros.
Tempo de leitura: 2 min.
"Editorial do Mundo". " Depois de bravata, lágrimas e excessos, Luiz Inácio Lula da Silva, conhecido como" Lula", presidente do Brasil de 2003 a 2011, obedeceu. Na sexta-feira, 26 de janeiro, seus advogados entregaram o passaporte do ex-chefe de Estado às autoridades policiais de São Paulo. Esta medida foi exigida por um juiz de Brasília, no dia seguinte à sua sentença a doze anos e um mês de prisão por suborno passivo e lavagem de dinheiro.
Mais uma humilhação para a antiga figura sindicalista da luta dos trabalhadores sob a ditadura militar (1964-1985), que foi um dos maiores líderes políticos do país ea estrela de cimeiras internacionais em seu auge. O destino de Lula, "pai dos pobres", cuja política social deixou milhões de brasileiros da pobreza, desencadeia paixões.


Seus aliados protestam contra sua inocência e defendê-lo como um deus enquanto seus inimigos o consideram um bandido. Apesar da comprovada estranheza do processo judicial, não é absurdo imaginar que o ex-siderúrgico e seu Partido dos Trabalhadores, como seus predecessores, tenham sucumbido à tradição clientelista do sistema político brasileiro. Já em 2005, o escândalo de "mensalao" (a compra de votos dos parlamentares) quase lhe custou sua reeleição. E, além desta primeira condenação, Lula também é objeto de outros oito processos legais.

Imunidade equivocada

Mas o mal-estar cresceu desde o controverso "impeachment" em 2016 da presidente Dilma Rousseff, herdeira e sucessora de Lula. Longe de servir a causa da ética prometida desde o início da operação anti-corrupção "Lava Jato", a desgraça de Lula oferece o espetáculo angustiante de um velho mundo político em desordem.
No momento em que os juízes pronunciaram a sentença contra o ex-metalão, o atual presidente, Michel Temer, estava participando da cúpula de Davos, tentando fazê-lo esquecer as pesadas acusações contra ele: corrupção passiva, participação em uma organização criminosa e obstrução da justiça.
Até agora, o chefe de Estado conseguiu suspender os procedimentos que o direcionam ao preço de um acordo sem vergonha com os parlamentares, eles mesmos em delicadeza com a justiça. No Congresso Brasileiro, pelo menos 45 senadores de 81 devem responder a acusações criminais, aponta o site Congresso em Foco, que examina a atividade parlamentar. Nada de novo. "Lava Jato" apenas lança luz sobre práticas muito antes de Lula chegar ao poder.
Après les manifestations monstres de 2015 et 2016 réclamant au nom de la « morale » le départ de Dilma Rousseff, les scandales, dignes d’un film de série B, mêlant mallettes d’argent sale et tractations en sous-sol, se sont succédé au point d’étourdir les Brésiliens. Mais le statut de foro privilegidao (« citoyen privilégié ») protège les politiciens en fonctions ; l’immunité dont ils bénéficient, légitime dans son principe, est dévoyée et instrumentalisée avec le plus grand cynisme.
A elite de Brasília é banhada por um clima de impunidade que pode desgostar o povo. Poucos meses antes da eleição presidencial, o Brasil, um dos países mais desiguais do mundo, reflete a imagem de uma sociedade de castas onde os líderes não obedecem às mesmas leis que os pobres. É indigno e perigoso para a maior democracia da América Latina.









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