sábado, 15 de junho de 2013

Veterinária de Santos cria cadeira de rodas barata para cães com paralisia

Acessório é opção para animais com donos que têm pouco poder aquisitivo.
Cadelinha que recebeu primeira cadeira, que custa R$ 50, tem vida normal.

Ivair Vieira JrDo G1 Santos
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Lisa voltou a se locomover normalmente depois de ganhar cadeirinha (Foto: Ivair Vieira Jr/G1)Lisa voltou a se locomover normalmente depois de ganhar uma cadeirinha. (Foto: Ivair Vieira Jr/G1)
Uma médica veterinária de Santos, no litoral, de São Paulo, produz cadeiras de rodas com materiais alternativos e preço acessível para pessoas de pouco poder aquisitivo. A profissional está confeccionando a terceira peça e só não faz mais unidades por falta de tempo.
Segundo a veterinária Marcela Sanches, de 29 anos, a ideia surgiu há alguns anos, mas só no final de 2012 foi colocada em prática. "Eu já tinha visto várias imagens de pessoas tentando fazer cadeiras artesanais. Busquei uma quantidade de fotos de carrinhos diferentes, e minha tia, que é quem mexe com essas coisas, me ajudou a montar uma cadeirinha que funciona", explica.
A cadelinha Lisa foi a primeira a receber o acessório. "Normalmente, os cães chamados condrodistróficos, que são pequenos, principalmente os da raça da Lisa, que é a dachshund, conhecida como salsichinha, têm problema de hérnia de disco. Isso pode levar à paralisia. Eles são muito ativos, dão pulos, querem descer do sofá, da cama e em pisos escorregadios. Um número enorme de cachorros ficam paralíticos por conta disso. É bem frequente", relata Marcela.
Custo médio da cadeirinha é de R$ 50 (Foto: Ivair Vieira Jr/G1)Custo médio da cadeirinha é de R$ 50. (Foto:
Ivair Vieira Jr/G1)
A escriturária Jandira Alves Barbosa, dona da cadelinha, conta que ela era um animal ativo. "A Lisa, hoje com seis anos, sempre foi muito brincalhona, gostava de correr e pular muito. Um dia estava em casa tranquila, comeu, dormiu e no outro dia não andou mais, já estava se arrastando. Foi aí que procurei a clínica da Marcela e começamos um tratamento com acupuntura, e depois veio a cadeirinha. Foi maravilhoso, agora ela tem uma vida normal, passeia, vai para a praia, parquinho, para todos os lugares. Ela está com o carrinho há quase três meses e se adaptou muito fácil. É como se ela estivesse andando normalmente, como antes", diz.
A médica explica que só trabalha com reabilitação e que grande parte dos animais que atende tem problema ortopédico ou neurológico. A cadeirinha é uma opção para dar qualidade de vida aos cãezinhos. "A principal linha de carrinhos comerciais é vendida a um preço pouco acessível, entre R$ 500 e R$ 800, o que para muita gente é caro. No nosso caso, quem tem condições, paga o valor do material vezes dois, para cobrir o aparelho de um segundo animal carente. Sai menos de R$ 100 as duas. O custo médio de uma cadeirinha é R$ 50", diz.
Lisa voltou a se locomover normalmente depois de ganhar cadeirinha (Foto: Ivair Vieira Jr/G1)Lisa faz tudo que fazia antes de ficar paralítica.
(Foto: Ivair Vieira Jr/G1)
A veterinária diz que não tem tempo para se dedicar integralmente à confecção das cadeirinhas. "Se eu pudesse me dedicaria só a coisas beneficentes, mas não tenho como. Nós agora estamos produzindo a terceira cadeira de rodas, para um cãozinho que foi abandonado na Via Anchieta e ficou três dias com a coluna fraturada", relata.
Marcela explica que o mais importante é divulgar a recuperação dos animais. "Tem gente que manda eutanaziar o animal paralítico. A nossa meta é a conscientização de que é preciso aceitar o animal especial em casa. Isso é mais importante que a prórpia cadeirinha. Existem, sim, possibilidades e tratamentos viáveis. E quando não dá, quando o animal fica paralítico para sempre, pelo menos temos a caderinha e coisas que podemos fazer para o cão ter uma vida normal, que é o mais importante. Eu sempre busco qualidade de vida. É o que a gente pode fazer", conclui.
Lisa voltou a se locomover normalmente depois de ganhar cadeirinha (Foto: Ivair Vieira Jr/G1)Objetivo maior da médica veterinária é divulgar a recuperação dos animais. (Foto: Ivair Vieira Jr/G1)
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