terça-feira, 14 de março de 2017

Sem trégua com os golpistas! Por um plano de luta para derrotar as reformas



Às vésperas da paralisação nacional do dia 15 de março, é preciso organizar trabalhadoras e trabalhadores desde a base aglutinando a força necessária que imponha uma derrota a Temer e todos os golpistas.



Professor de sociologia da rede pública
ABC paulista


terça-feira 14 de março| Edição do dia


Em uma realidade nacional marcada por milhões de trabalhadores desempregados e 51% de reprovação do governo Temer, golpistas e grandes capitalistas estão unidos à grande mídia para tentar impor um ataque histórico aos direitos dos trabalhadores. A Reforma da Previdência e a Reforma Trabalhista combinadas aprofundarão a precarização da vida de brasileiros e brasileiras e favorecerá ainda mais banqueiros e grandes empresários, como denunciamos aqui.
Frente a essa situação, trabalhadoras e trabalhadores precisam dar uma enorme demonstração de forças que mostre na prática que não aceitaremos nenhum ataque aos nossos direitos. Amanhã, as grandes centrais sindicais estão chamando uma paralisação nacional contra os ajustes do governo golpista, porém não poderemos barrar os ataques sem um plano de luta concreto que ultrapasse apenas um dia de mobilização, é necessário armar os grandes bastiões da classe trabalhadora e colocar nossa força social nas ruas parando escolas, universidades, fábricas e transporte público.
Um ponto de apoio importante para tomarmos as ruas no dia 15 é a greve nacional de professores convocada pela CNTE. São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e vários estados brasileiros estarão com os professores à frente em assembleias que aprovarão greve e poderão gerar uma verdadeira greve nacional da educação. Escolas inteiras pararão suas atividades e educadores de todo o país estarão mobilizados nessa quarta-feira.
Os professores, extremamente atacados pela Reforma da Previdência que acabará com a aposentadoria especial e obrigará que lecionemos até 65 anos, devem desde já organizar as greves desde a base com um grande comando de greve nacional para que sejam os próprios professores os sujeitos de sua luta, que deve ultrapassar as direções sindicais encasteladas em seus postos e que atuam distantes dos verdadeiros interesses dos trabalhadores.
Para um enfrentamento real, a paralisação nacional não pode se restringir a apenas um dia. As centrais sindicais devem colocar toda sua força para mobilizar o conjunto da classe trabalhadora. A CUT e a CTB que atuam com um interesse direto e aberto de reeleger Lula em 2018, propagandeiam que a solução para a crise nacional é retomar a estratégia petista para governar. Só não contam que foi o próprio PT o agente de ataques importantes e que ainda hoje, depois do golpe, segue negociando e atuando junto com PMDB e outros partidos golpistas. Não podemos alimentar nenhuma ilusão nessa saída, só a força dos trabalhadores pode derrotar o governo e seus planos de ajuste.
Por outro lado, a Força Sindical e a UGT que foram base de apoio do golpe, seguem buscando as formas de negociar as emendas na Reforma da Previdência e querem desviar a luta impondo uma agenda de negociação com o governo. Não é possível "melhorar" essa reforma como quer Paulinho da Força, precisamos derrubá-la!
Vivemos em nosso país um momento muito importante, já que os ataques, se aprovados, estabelecerão uma correlação de forças para o governo golpista e os grande capitalistas que permitirão muitos outros. Para o governo é vital seguir garantindo os lucros dos grandes empresários às custas da superexploração de nosso trabalho e de fim da garantia de nossa aposentadoria. Devemos exigir que as centrais sindicais rompam com seus interesses alheios aos dos milhões de trabalhadores e mobilizem seriamente o conjunto da classe operária desde a base, numa grande frente única com um plano de lutas ativo e dirigido desde a base de cada categoria.
Tomemos as ruas por nossos direitos e contra esse governo que quer nos massacrar. Nessa trajetória precisamos colocar nossos sindicatos no único caminho que nos leve à vitória: a organização de base e a confiança em nossas próprias forças. A greve da educação que se avizinha pode ser esse começo!

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