sexta-feira, 26 de setembro de 2014

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Vice de Dilma acusa PF de intimidar filho de ministro.



Temer acusa PF de intimidar filho de ministro do PMDB

Vice-presidente sugere que polícia agiu para prejudicar candidato no Maranhão
Presidente do Senado, Renan Calheiros, disse que instituições não podem ‘descambar para a exploração política’
GABRIELA GUERREIRO
FERNANDA ODILLA
DE BRASÍLIA
A cúpula do PMDB acusou a Polícia Federal e o Ministério da Justiça de “intimidação” e de agir para atingir a candidatura do filho do ministro Edison Lobão (Minas e Energia), que disputa o governo do Maranhão.
A reação da legenda, principal aliada do PT no governo Dilma Rousseff, ocorreu depois que a comitiva do candidato, o senador Edison Lobão Filho, e do ex-ministro Gastão Vieira, que concorre ao Senado, tevebagagens, carros e avião revistados por agentes da PF no aeroporto de Imperatriz (MA).
A PF, oficialmente, não se manifestou. A Folha apurou que os policiais alegaram terem feito a revista na noite de quarta-feira (24) após denúncia de que haveria dinheiro sendo transportado de forma irregular no aeroporto. Os policiais não encontraram nada errado com a comitiva.
A ação não teve autorização de juiz eleitoral. A necessidade ou não desse aval depende de vários critérios.
Quando se trata de uma denúncia de crime comum, por exemplo, a PF pode averiguar, já que compete à instituição a segurança aeroportuária. Se for uma denúncia de crime eleitoral, a PF precisa de autorização judicial.
O ministro da Justiça pediu à PF, que é subordinada à pasta, que apure o que ocorreu. A Folha apurou que os policiais avaliaram que a denúncia tinha fundamento e foram ao local para apurar.
Em nota divulgada nesta quinta (25), o vice-presidente Michel Temer e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmaram que os agentes da PF agiram de forma “intimidatória” contra Lobão Filho com o objetivo de prejudicar sua candidatura.
“As instituições devem estar zelosas de suas funções sem, entretanto, descambar para a exploração político-partidária”, afirmou Renan.
“No Estado democrático de Direito, é inadmissível que forças policiais sejam instrumentalizadas para atingir candidaturas legitimamente constituídas”, disse Temer, que também preside o PMDB.
Na semana passada, em uma reunião com Temer, os peemedebistas reclamaram de estarem excluídos dasprincipais ações da campanha de Dilma à reeleição.
Uma das principais reclamações foi justamente sobre o comportamento do PT no Maranhão, que informalmente tem apoiado Flavio Dino (PC do B) na disputa estadual.
Dino é o principal adversário da família Sarney, que busca se manter no poder com Lobão Filho.
As acusações da cúpula do PMDB obrigaram o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), chefe da PF, a ligar para Temer e prometer apurar o fato. À noite, ele foi chamado para uma reunião com Dilma.
Lobão Filho também direcionou os ataques ao secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão, que recentemente gravou um vídeo de apoio ao candidato do PC do B.
“Isso tem aval do Ministério da Justiça através desse secretário, que tem relação muito próxima com o Flávio Dino”, disse Lobão Filho em redes sociais.
Abrão disse que o depoimento foi gravado “em caráter pessoal”, fora do expediente, em uma produtora privada em Brasília.
Lobão Filho disse que os agentes reviraram as bagagens da comitiva, colocaram os pilotos de “mãos para cima” e fizeram a abordagem com “armas em punho”.
O ministro Edison Lobão está de férias para ajudar a campanha do filho. Ele foi citado por um ex-diretor da Petrobras como um dos beneficiários de um esquema de corrupção. O ministro nega.

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