Ruy
Castro escreveu na Folha de hoje uma coluna que eu gostaria de ter
escrito, a despeito das minhas divergências com aspectos da política de
segurança pública do Rio. Leiam.
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Foto: Internet |
A
13 de março último, o aspirante a oficial da PM, Leidson Alves, 27
anos, foi morto com um tiro na cabeça por traficantes durante um
patrulhamento no morro do Alemão. Foi o 19º PM morto neste ano no Rio,
sendo 13 em emboscadas parecidas –alguns quando estavam de folga. A 7 de
abril, ao voltar para casa, outro PM, Lucas Barreto, 23, foi capturado
em São Gonçalo e levado para uma favela. Deram-lhe oito tiros, a maioria
nas pernas, e o jogaram num matagal.
Desde
então, não sei a quantas anda a estatística de PMs cariocas mortos ou
feridos –não em combate, como de praxe no ofício, mas pelas costas, à
traição. Nem sempre os jornais registram que o policial assassinado era
jovem, recém-casado, filho exemplar ou pai de filhos. Artistas da Globo
não vão a seus enterros. Não se sabe de missas por suas almas e, na
verdade, ninguém está interessado. É como se não houvesse uma pessoa
dentro da farda.
Nas
últimas “manifestações” no Rio, elementos brandiram cartazes dizendo
“Fora UPP” e “UPP assassina”. É fácil protestar contra as Unidades de
Polícia Pacificadora. Quando um policial comete um excesso ou mata
alguém, pode enfrentar processo, ser expulso da polícia ou ir preso. Mas
ainda não se viu nenhum cartaz dizendo “Fora traficantes”. E, no
entanto, contra a violência destes, não há recurso –a comunidade tem de
aceitar calada os tapas na cara, o estupro de suas filhas e as execuções
sumárias de quem eles considerem suspeitos.
É
difícil acreditar que essa hostilidade à polícia parta de gente de bem
nas comunidades. Os números mostram que, com as UPPs, as mortes
diminuíram, os serviços aumentaram e sua economia cresceu.
Tais
dados são lesivos, isto, sim, aos traficantes, às milícias, aos que
vivem das migalhas do crime e a políticos que, para sobreviver, precisam
que as UPPs fracassem.
Por Reinaldo Azevedo- Veja
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